sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Artistas e produtores de projetos de cultura negra pedem ampliação de patrocínio em Audiência Pública na Câmara


Grupo Vocal Sorriso Negro
A política de patrocínio público à cultura negra foi o tema da audiência pública realizada pela Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, em agosto, em Brasília. 
Representantes dos setores artísticos e de produção cultural do pouco protagonismo na produção da arte e cultura negras, assim como do baixo índice de projetos que conseguem patrocínio, especialmente junto a empresas estatais.Participaram do debate empresas estatais que lançam editais voltados para cultura – como o Banco do Brasil (BB) e a Caixa Econômica Federal (CEF).
De acordo com os representantes do MinC, nos últimos quatro anos, o ministério recebeu cerca de 30 mil propostas de incentivo, das quais 473 eram ligadas à cultura negra. Deste total, apenas 93 projetos foram aprovados para captação de recursos e 25 receberam patrocínio efetivo.



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Apesar do reconhecimento de avanços conquistados nos últimos anos, artistas e produtores culturais negros se queixaram de dificuldades na aprovação de seus projetos em editais de patrocínio. 
SEPPIR, integrante do comitê de patrocínio da Secretaria de Comunicação da Presidência da República - a ministra Luiza Bairros afirmou que irão conversar com as diretorias e gerências para, a partir do comitê de patrocínio, introduzir algumas dessas questões nas instruções normativas que internamente regem a concepção de patrocínio cultural das empresas estatais.

Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura (MinC) e Fundação Cultural Palmares - há reconhecimento de que o percentual de apoio a projetos de cultura negra através da Lei Rouanet é baixo. Há projetos de lei, em tramitação na Câmara, que visam ampliar este percentual.
Do jeito que a lei Rouanet foi construída, é difícil de enxergar a realidade atual da cultura brasileira. Daí a defesa de uma nova legislação. 

Reivindicações

Os representantes dos segmentos culturais exigiram que passem a ser protagonistas de sua própria arte. 
Makota do Terreiro Tanuri Junçara, Valdina Pinto - Está na hora de pararmos de ser objetos e passarmos a ser os autores da nossa representação. Acabar com essa cultura de opressão. Quem tem que falar de cultura negra é o sujeito negro.


Cineasta Joel Zito Araújo, autor do filme A negação do Brasil e do livro O negro na TV pública - Defendeu que há total ausência de políticas públicas que fomentem uma imagem equilibrada da população. Segundo ele, atualmente, nas telas do cinema e da TV é possível perceber um processo de “embranquecimento” do negro.


Ator Hilton Cobra (Cobrinha) do movimento Akoben, criado pela classe artística negra que “grita por uma política cultural honesta, inclusiva e verdadeiramente democrática” - Citou exemplos como de sua companhia de teatro, a Cia. dos Comuns. Ela concorreu em editais abertos por estatais e pelo governo, em que, apesar de atender a todas as exigências, não foi contemplada.


Algumas das empresas estatais que lançam editais voltados para cultura – como a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal – também participaram do debate. Elas apresentaram suas linhas de patrocínio cultural e ouviram as reivindicações dos artistas, mostrando-se abertas ao diálogo e para futuras mudanças. “A Caixa Econômica Federal está aqui para ouvir, aprender e modificar o que estiver errado”, afirmou Gustavo Pacheco, gerente executivo da gerência nacional de Promoções, Cultura e Esportes da CEF.
 



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