sábado, 31 de agosto de 2013

Seminário uniu movimento hip-hop e academia para falar da relação entre Ceilândia e o Plano Piloto

A discussão da relação entre a cidade satélite Ceilândia e o Plano Piloto, sob seu aspecto demográfico e sua produção cultural, com foco no movimento hip-hop local. Este foi o mote para o seminário Tonalidades e sonoridades da segregação socioespacial no Brasil, ocorrido no dia 17 de agosto, na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), no campus da UnB/Campus Ceilândia (DF).

Organizado pelo CAU UNILA (Centro Acadêmico Universitário) em parceria com o programa Pós-Afirmativas da UnB, visou aprofundar o debate sobre a questão das periferias enquanto conceito sócio-geográfico: ou de exclusão espacial e social compreendidos como fenômenos indiscerníveis.

Alguns dos aspectos abordados no seminário foram: a abordagem tradicional feita sobre a periferia; a construção simbólica estereotipada do morador destas regiões – o padrão negativo que é estabelecido; incentivar a discussão sobre a composição étnica destes bairros, demonstrando que a formação de bairros pobres ou paupérrimos de moradores majoritariamente negros e pardos tem suas raízes na historicidade brasileira construída sobre 400 anos de escravidão.

Entre os palestrantes, acadêmicos e profissionais do movimento hip hop, em especial do entorno de Brasília/DF. Entre eles, Breitner Tavares, doutor em Sociologia pela UnB; Andressa Marques, mestre em literatura pela UnB; GOG (Genival Oliveira Gonçalves, foto), rapper e escritor brasileiro; Ana Elisa C. Blackman, mestre em Ciências Sociais UFSCar e pesquisadora no IPEA; e Andréia Moassab, doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP, coordenadora do CAU UNILA.

Após a exibição do filme “Rap o canto da Ceilândia”, fez-se uma roda de conversa com Adirley Queirós, cineasta e diretor do filme e Marcos Vinícius Moraes (Japão), rapper da Ceilândia. O filme é um diálogo com artistas do Rap nacional (X, Jamaika, Marquim e Japão), todos moradores da Ceilândia, e mostra a trajetória deles no universo da música, em paralelo com a construção da cidade.

Na ocasião, foi feito o lançamento do livro “Brasil Periferia(s): a comunicação insurgente do hip-hop” (Educ/Fapesp, 2011), de Andréia Moassab.


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