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Divulgação / Andrea Rocha |
Pra quem gosta
dos bons frutos das culturas negras, se programe para conhecer a história do Funk. E, para conhecer suas raízes de forma bem didática, sem ser chato, nada melhor
do que um musical. É disso que se trata o musical Funk Brasil - 40 anos de
baile, uma peça de teatro em cartaz no Teatro Miguel Falabela em Del Castilho (Av. Dom
Hélder Câmara, 5.474). O preço é baratinho, chamado de preço popular: R$
15,00. A censura é 10 anos.
Os autores, Pedro Monteiro e João
Bernardo Caldeira, contam com uma galerinha muito interessante como
atores/dançarinos: Alex Gomes, Cintia Rosa, Dérik Machado, Julia Gorman, Marcelo
Cavalcanti e Pedro Monteiro.
O espetáculo, com direção de Joana Lebreiro, narra a trajetória do ritmo
a partir dos Bailes da Pesada de Big Boy e Ademir no Canecão, no início da
década de 1970, com base no livro "Batidão — Uma história do funk",
de Silvio Essinger.
- Vou me emocionar bastante [com a peça]
porque que vou ver minha história. Estou com 20 anos de funk, metade disso aí
eu faço parte", comenta Buchecha, que era pagodeiro e foi convencido pelo
parceiro Claudinho (1975-2002) a fazer funk e participar do Festival de Galeras
no Clube Mauá de São Gonçalo, no início dos anos 1990 — ficaram em terceiro
lugar com "Rap da bandeira branca" em 1993 e venceram com "Rap
do Salgueiro", dois anos depois.
A dupla é representativa da década que
consolidou o funk carioca, em movimento iniciado a partir do lançamento do CD
"Funk Brasil", do DJ Marlboro, em 1989. "Sinto orgulho de ver
que a galera não está deixando a peteca cair. Acho que o funk já fincou as
bases e está muito bem quisto. Não ficou estagnado como um ritmo só para
suburbano", acrescenta Buchecha.
De fato, o estilo que nasceu nas
favelas, dando voz às comunidades, conquistou fãs em todas as classes e tenta
vencer o preconceito.
- Foi através do funk que eu conheci a
favela pela primeira vez. Tinha 15 anos, por volta de 1992. Foi o momento em
que estourou o 'alô Pirão, alô alô Boavistão', lembra Pedro Monteiro, em
referência ao "Rap do Pirão", do MC D'Eddy.
Pedro teve a ideia de realizar o
espetáculo em 2007, ao assistir a performance na Estação Leopoldina, na Zona
Norte do Rio. "Fiquei olhando para aquilo e vi que não tinha nada a
ver com quem frequentava o vagão do trem. Queria fazer alguma coisa para
aquelas pessoas. Aí veio a luz de contar a história do funk", explica.
"É como se fosse em um baile mesmo, ninguém sai de cena."
Só para relembrar destaco quatro
mega-sucessos das décadas de 1970, 1980, 1990 e 2000.
Anos 1970
"Sex machine" - James
Brown;
"Mandamentos black - Gerson King Combo;
"Think (About it)" -
Lynn Collins;
"Podes crer, amizade" - Tony Tornado.
Anos 1980
"Melô da mulher feia" -
Abdulah;
"Planet Rock" -
Afrika Bombaataa;
"Do wah diddy" -
Live 2 Crew;
"Olhos coloridos" -
Sandra de Sá.
Anos 1990
"Rap da felicidade" -
Cidinho e Doca;
"Rap do Borel" -
William e Duda;
"Rap do Salgueiro" -
Claudinho e Buchecha;
"Nosso sonho" -
Claudinho e Buchecha.
Anos 2000
"Baile da Pesada" -
Fernanda Abreu;
"Se ela dança, eu danço (Ela só
pensa em beijar)" – Mc Leozinho;
"Cerol na mão" -
Bonde do Tigrão;
"Glamurosa" (1992)
- Cidinho e Doca.
Fonte: site G1