Ao
viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia,
do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos e em paz
nos seus mantos cor de açafrão.
Outro dia, eu observava o movimento do
aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones
celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam.
Com certeza, já haviam tomado café da manhã em
casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam
vorazmente.
Aquilo me fez refletir: 'Qual dos dois modelos
produz felicidade?'
Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às
nove da manhã, e perguntei:
'Não foi à aula?' Ela respondeu: 'Não, tenho
aula à tarde'.
Comemorei: 'Que bom, então de manhã você pode
brincar, dormir até mais tarde'.
'Não', retrucou ela, 'tenho tanta coisa de
manhã...'
'Que tanta coisa?', perguntei.
'Aulas de inglês, de balé, de pintura,
piscina', e começou a elencar seu programa de garota robotizada.
Fiquei pensando: 'Que pena, a Daniela não
disse: 'Tenho aula de meditação!