Vinte
anos depois do desaparecimento do servidor da Fundação Oswaldo Cruz Jorge
Careli (10/08/1993), o Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-SN)
homenageará com a Medalha Careli de Direitos Humanos a Comissão de Direitos Humanos e Assistência
Jurídica da OAB do Rio de Janeiro e a Associação de Moradores da Vila
Autódromo.
Desde
2001, a Asfoc-SN concede a medalha para pessoas ou entidades que se destacam na
luta contra a violência e na defesa dos direitos humanos. Na cerimônia, que
será realizada em 12 de setembro (quinta-feira), a partir das 16h, no Estação
Asfoc, na Fiocruz, em Manguinhos, o Sindicato repudia a violência do Estado
contra os movimentos sociais e populares e cobra das autoridades competentes a
responsabilidade nas práticas autoritárias, arbitrárias e abusivas, como, por
exemplo, no caso Amarildo, o ajudante de pedreiro desaparecido desde julho, na
Rocinha.
Na
mesma ocasião, o Sindicato entregará ainda o Prêmio Especial Sergio Arouca de
Saúde e Cidadania para a VídeoSaúde Distribuidora da Fiocruz (Instituto de
Comunicação e Informação Científica e Tecnolocia em Saúde/Icict); ao
Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental/Laps (Escola Nacional de
Saúde Pública/Ensp/Fiocruz); ao chefe do departamento de cirurgia pediátrica do
Instituto Fernandes Figueira/IFF, Paulo Roberto Boechat; e ao ex-presidente do
Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social (Inamps) Hesio de
Albuquerque Cordeiro.
Por
manterem viva a memória e a obra do sanitarista, que faleceu há 10 anos
(02/08/2003), o prêmio é concedido pelo Sindicato, desde 2004, a uma
personalidade ou entidade de destaque na luta por saúde e cidadania para a
população.
Memória
do Caso Careli: No último 10 de agosto, completaram
20 anos do desaparecimento do companheiro Jorge Careli. Em 1993, o servidor da
Fiocruz foi confundido com um sequestrador e levado por policiais da Divisão
Anti-Sequestro (DAS) quando falava de um telefone público na Favela da
Varginha, em Manguinhos. Careli nunca mais foi visto.
Desde
então, a Asfoc e os trabalhadores da Fiocruz se mobilizaram cobrando das
autoridades a responsabilidade pelo desaparecimento do servidor da Fundação. A
Justiça condenou o Estado do Rio de Janeiro a pagar uma indenização à família
de Careli e, depois de quase duas décadas do desaparecimento, declarou,
finalmente, a morte presumida do servidor em 2012.
Equivalente
à certidão de óbito, o Sindicato entregou em março deste ano o documento à mãe
de Jorge, dona Maria, em cerimônia pública com amigos e familiares de Careli,
diretores e ex-dirigentes do Sindicato.