segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Tema racial no contexto dos grandes eventos

Tal reflexão pode parecer um despropósito para alguns, mas para boa parcela da população brasileira não. Da mesma forma que para representantes dos governos federal e estadual, o tema mereceu um seminário reflexivo, que contou com as presenças da ministra Luiza Bairros, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, e o secretário de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), Rodrigo Neves, sendo organizado pela Superintendência de Promoção da Igualdade Racial, pelo Consulado Geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro e pela Firjan.

A ministra Luiza Bairros fez referências a uma visita feita a cidade norte-americana de Atlanta, há vinte anos, quando pode ver de perto todas as iniciativas preparatórias para os jogos olímpicos. “Fiquei impressionada com o que vi. O mais interessante, entretanto, é que em 1991 não tínhamos sequer idéia, aqui no Brasil, sobre o que seriam ações afirmativas, assim como não tínhamos também nenhuma segurança de que poderíamos viver um momento como o que estamos vivendo agora. É um prazer muito grande estar na abertura desse seminário e a nossa expectativa é de que o Brasil tenha a marca da inclusão como teve Atlanta já naquela época”, explicou a ministra.

O seminário teve como proposta possibilitar reflexões e definições de estratégias a serem aplicadas por gestores, empresários e sociedade civil na adoção de medidas ao enfrentamento das desigualdades raciais nos grandes eventos que o país receberá como a Copa 2014 e as Olimpíadas.

Rodrigo Neves afirmou que apesar da necessidade de se investir na educação e na redução da pobreza, não havia como “fechar os olhos para o racismo que ainda existe na sociedade brasileira. O Estado do Rio procura mudar esta realidade e estabeleceu uma medida inovadora e corajosa com a implantação de cotas no serviço público, para negros e indígenas. Esta medida é um desdobramento do Estatuto da Igualdade Racial, aprovado ainda no governo Lula. Outra ação desenvolvida pela Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos é a redução da pobreza extrema, que tem um recorte de gênero e raça”, disse ao acrescentar que cerca de 75% de quem vive na miséria é da população afro-descendente.

Este seminário, foi uma atividade desenvolvida dentro das iniciativas do Plano de Ação Conjunto pela Promoção da Igualdade Étnica e Racial (JAPER), assinado pelo Brasil e os Estados Unidos, em 2008, e tem por objetivo compartilhar experiências realizadas nas Olimpíadas de Atlanta, onde foram adotadas medidas para inclusão da população afro-descendente.

Denis Hearne, representante do Consulado Geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro, há que se aproveitar os holofotes que incidem sobre o Brasil e Rio de Janeiro, por conta desses grandes eventos e não perder esse momento para discutir e pensar numa sociedade mais igualitária. “Os Estados Unidos e o Brasil assinaram um acordo para a eliminação da desigualdade e a promoção da igualdade racial, em 2008. Este foi o primeiro pacto desta natureza nesta nova etapa da nossa diplomacia, a diplomacia social.”

Texto baseado no http://www.rj.gov.br/web/seasdh/exibeconteudo?article-id=630746

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