Tal reflexão pode parecer um despropósito para alguns, mas para boa parcela da população brasileira não. Da mesma forma que para representantes dos governos federal e estadual, o tema mereceu um seminário reflexivo, que contou com as presenças da ministra Luiza Bairros, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, e o secretário de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), Rodrigo Neves, sendo organizado pela Superintendência de Promoção da Igualdade Racial, pelo Consulado Geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro e pela Firjan.
A ministra Luiza Bairros fez referências a uma visita feita a cidade norte-americana de Atlanta, há vinte anos, quando pode ver de perto todas as iniciativas preparatórias para os jogos olímpicos. “Fiquei impressionada com o que vi. O mais interessante, entretanto, é que em 1991 não tínhamos sequer idéia, aqui no Brasil, sobre o que seriam ações afirmativas, assim como não tínhamos também nenhuma segurança de que poderíamos viver um momento como o que estamos vivendo agora. É um prazer muito grande estar na abertura desse seminário e a nossa expectativa é de que o Brasil tenha a marca da inclusão como teve Atlanta já naquela época”, explicou a ministra.
O seminário teve como proposta possibilitar reflexões e definições de estratégias a serem aplicadas por gestores, empresários e sociedade civil na adoção de medidas ao enfrentamento das desigualdades raciais nos grandes eventos que o país receberá como a Copa 2014 e as Olimpíadas.
Rodrigo Neves afirmou que apesar da necessidade de se investir na educação e na redução da pobreza, não havia como “fechar os olhos para o racismo que ainda existe na sociedade brasileira. O Estado do Rio procura mudar esta realidade e estabeleceu uma medida inovadora e corajosa com a implantação de cotas no serviço público, para negros e indígenas. Esta medida é um desdobramento do Estatuto da Igualdade Racial, aprovado ainda no governo Lula. Outra ação desenvolvida pela Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos é a redução da pobreza extrema, que tem um recorte de gênero e raça”, disse ao acrescentar que cerca de 75% de quem vive na miséria é da população afro-descendente.
Este seminário, foi uma atividade desenvolvida dentro das iniciativas do Plano de Ação Conjunto pela Promoção da Igualdade Étnica e Racial (JAPER), assinado pelo Brasil e os Estados Unidos, em 2008, e tem por objetivo compartilhar experiências realizadas nas Olimpíadas de Atlanta, onde foram adotadas medidas para inclusão da população afro-descendente.
Denis Hearne, representante do Consulado Geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro, há que se aproveitar os holofotes que incidem sobre o Brasil e Rio de Janeiro, por conta desses grandes eventos e não perder esse momento para discutir e pensar numa sociedade mais igualitária. “Os Estados Unidos e o Brasil assinaram um acordo para a eliminação da desigualdade e a promoção da igualdade racial, em 2008. Este foi o primeiro pacto desta natureza nesta nova etapa da nossa diplomacia, a diplomacia social.”
Texto baseado no http://www.rj.gov.br/web/seasdh/exibeconteudo?article-id=630746
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