Agora é hora de voltarmos a rotina: o Carnaval já acabou e o Brasil precisa recomeçar 2012. Mas, antes, vamos conhecer um pouco das origens desta festança que empolga "gregos e baianos" - como diria um grande e dileto professor universitário. Em outra postagem apresentaremos as agremiações que conquistaram seu lugar no estrelato.
O COMEÇO - Festa de origem européia, a comemoração carnavalesca data do início da colonização, uma herança do entrudo português e das mascaradas italianas. Desembarcou na cidade do Rio de Janeiro em 1641 e somente no início do século XX foram acrescentados os elementos africanos.
"ENTRUDO" - O termo, derivado do latim "introitus" significava "entrada", "começo", nome com o qual a Igreja denominava o começo das solenidades da Quaresma. Porém, as festividades do entrudo já existiam bem antes do Cristianismo, eram comemoradas na mesma época do ano e serviam para celebrar o início da primavera. Com o domínio da Igreja Católica (Era Cristã), o entrudo passou a fazer parte do calendário religioso, indo do Sábado Gordo à Quarta-feira de Cinzas.

Gente, é bacana saber que os festejos da Itália Renascentista eram diferentes daqueles de Portugal e do Brasil. A brincadeira era, muitas vezes, "pancadão", violenta mesmo.
HIERARQUIA NO BRINCAR - Era comum os escravizados molharem-se uns aos outros, usando ovos, farinha de trigo, polvilho, cal, goma, laranja podre, restos de comida, enquanto as famílias brancas divertiam-se em suas casas derramando baldes de água suja em passantes desavisados, "num clima de quebra consentida de extrema rigidez da família patriarcal" - parecido com a história de uma socialité que gosta de jogar ovos e água de sua janela na Zona Sul do Rio.
PACIFICAÇÃO - Das pancadarias iniciais, com o passar do tempo e devido a muita pressão e repressão, o entrudo foi "pacificado". As substâncias "grosseiras" foram substituídas por outras menos comprometedoras, como os limões de cheiro (pequenas esferas de cera cheias de água perfumada) ou como os frascos de borracha ou bisnagas cheias de vinho, vinagre ou groselha - os avós dos atuais lança-perfumes que apareceram por volta de 1885.
MÚSICA - Um capítulo especial: reinava a total precariedade, o improviso era o normal. O entrudo não possuía um ritmo ou melodia que o simbolizasse. Apenas a partir da primeira metade do século XIX, com a chegada dos bailes de máscaras nos moldes europeus, foi que se pôde notar um desenvolvimento musical mais sofisticado..."
FIM, POR ENQUANTO - Gostaram? Pois é... o texto foi produzido com base na "Antologia Musical Popular Brasileira – As Marchinhas de Carnaval" Roberto Lapiccirella.
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