Rosane Marques, em uma roda de
conversa, expôs a importância das tecnologias sociais em saúde para a
participação, que em Manguinhos, requereu a articulação intersetorial dos
atores sociais (quem são, como se relacionam, quais as suas histórias de luta),
o uso de ferramentas de informação e comunicação (o blog e o informativo
que, por exemplo, incluiu o mapa da saúde, com suas equipes e unidades de
saúde), e os processos educativos (cursos, encontros, e ciclo
de debates), cujo último encontro está previsto para o dia 15 de maio, terça-feira.
“A partir deste trabalho, se
definiu como mecanismo para a institucionalização da participação social a
constituição de um conselho gestor intersetorial, que além da saúde, conta com
integrantes da educação e assistência social”, disse Rosane. Hoje este
conselho, formado por 48 conselheiros, titulares e suplentes, está funcionando
com reuniões mensais. E por fim, ressaltou que a “participação social não é uma
dádiva, e nem uma concessão, e sim uma conquista de todos, resultado das lutas
de todos aqueles que trabalham para o avanço do Sistema Único de Saúde – SUS”,
disse.
Em outra roda de conversa, Flávia
Silva, agente comunitária de saúde da Clínica da Família Victor Valla,
apresentou sua experiência de trabalho com os moradores, na perspectiva da
humanização. Para ela, ser agente
comunitário é muito mais do que uma profissão: “é um aprendizado de vida.
Conhecemos pessoas que nos mostram todos os lados de uma existência plena, às
vezes sofrida demais, miserável demais; mas, também, bonita demais, com
sorrisos e brincadeiras de crianças. O que quero dizer com ‘processo de
humanização’ é que ainda existem pessoas, famílias inteiras que vivem em
condições de miséria, em que nenhum outro ser humano sobreviveria, e essas
pessoas são fortes o suficiente pra agüentar todos esses traumas”, disse.
Ela afirmou que trabalha para que
este projeto dê certo: “estou fazendo a minha parte dentro desse ‘formigueiro’
e, espero que daqui a algum tempo eu possa olhar pra trás e ver que todo esse
esforço valeu a pena. E valerá sempre”, defendeu.
Outra apresentação bastante
interessante foi a de Carla Lima. A educadora e doutoranda do Instituto Oswaldo
Cruz/Fiocruz apresentou trabalho com mulheres de Manguinhos sobre processos
educativos em saúde e gênero.
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