A tenda Carmem da Silva, na Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo, ficou lotada, na segunda-feira (18/06), na homenagem do mandato Eliomar Coelho aos pesquisadores processados por denunciaram danos ao meio ambiente, à população de Santa Cruz e aos pescadores de Sepetiba. Receberam Medalha Pedro Ernesto, o pneumologista Hermano Albuquerque de Castro e o engenheiro sanitarista Alexandre Pessoa Dias (ambos da Fiocruz) e a bióloga Mônica Lima, da UERJ. O tom era de manifestação e a palavara de ordem foi “ForaTKCSA”.
Eliomar também entregou Moção de Reconhecimento e Louvor a Jaci do Nascimento, pescador em Sepetiba, e a Rodolfo Martins Lobato, morador de Santa Cruz, líderes do movimento contra a concessão da licença definitiva à TKCSA. Antes, eles participaram de um concorrido debate sobre os impactos ambientais de megaemprendimentos como TKCSA, Comperj e Porto-Açu.
“Esses processos são uma tentativa de esconder a farsa que se tornou o órgão ambiental estadual. Improvisaram um Termo de Ajuste de Conduta. Como ajustar um empreendimento que fez tudo errado desde o início? Como reverter o quadro de poluição que aumentará as emissões de particulado em mais de dez vezes na cidade?”, questionou Eliomar.
A fragmentação do licenciamento foi duramente criticada pelos pesquisadores, incluindo Marcelo Firpo, que também participou do debate. Para Firpo, é uma estratégia que visa acelerar o processo de licenciamento e mascara o impacto ambiental.
“O processo e a medalha mostram que estamos do lado certo”, disse a bióloga Mônica Lima que lembrou dos “pescadores assassinados pelo barco da TKCSA” e dedicou o prêmio aos pescadores, aos moradores e a militantes como Sandra Quintela, da rede Jubileu Sul-Américas, que também denuncia os estragos causados pela TKCSA e estava presente.
“Queremos ver a TKCSA virar um museu do desenvolvimento”, disparou Sandra Quintela.
O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) também participou da homenagem. Freixo assinalou que aTKCSA terá que devolver, aos cofres públicos, R$ 552 milhões em impostos. Ele entrou com ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) junto ao Supremo Tribunal Federal contra a isenção fiscal irregular concedida pelo governo estadual à companhia.
“Eu saía parapescar às 16h e voltava meia-noite com quatro caixas de peixe. Hoje o peixe é pingado”, revelou Jaci do Nascimento que, como outros pescadores, procurou outras forma de sustento.
O líder da Associação Homens do Mar da Baía de Guanabara, Alexandre Anderson, reforçou que 23 mil pescadores artesanais foram prejudicados pelos megaempreendimentos. Ele é um dos líderes do movimento contra a instalação do gasoduto que escoará a produção da Petrobrás para o Comperj (Complexo Petroquímico Rio de Janeiro), na região de Itaboraí.
Fonte: http://www.eliomar.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário