O encontro se deu na manhã do dia 21 de junho, na roda de conversa A luta da favela pela saúde ambiental: pela participação popular no comitê de sub-bacia da Baía de Guanabara, realizada durante a Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo.
Os temas discutidos relacionavam-se com os problemas socioambientais que atingem essa região hidrográfica, a mobilização, a perspectiva e as falas das comunidades do entorno desse complexo sistema ecológico. As conversas aconteceram na Tenda Saúde, Ambiente e Sustentabilidade, fruto da parceria entre a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva) e Cebes (Centro Brasileiro de Estudos de Saúde).
Já o morador do Parque João Goulart, Abimael Alves, trouxe a reflexão da existência de outros seres coabitando o meio ambiente, cuja capacidade de proteção e fuga é limitada. “Vamos refletir sobre a perda de outros seres, que não notamos. Quando percebemos que atinge a nossa vida já é mito tarde para muitos. A hora de lutar é agora.”
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Elmo Amador deixa como legado, resultado de suas pesquisas e militância política e ambiental, importantes vitórias para a Baía de Guanabara, entre as quais: Criação da APA de Guapimirim (que protege os manguezais da baía); inclusão da Baía de Guanabara na Constituição Estadual como Área de Preservação Permanente e de Relevante Interesse Ecológico; Ação Popular (a primeira no Brasil contra crime ambiental) que impediu o loteamento do espelho d’água da Lagoa de Itaipu; declaração da Baía de Guanabara como Patrimônio da Humanidade pelo Fórum Global, durante a Conferência Rio-92; e inclusão do assoreamento como problema ambiental da baía.
Alexandre Pessoa enfatizou que a união do pessoal é a luta dos direitos. “Une territorialmente e espacialmente, pois o caminho das águas tem nascedouro no Alemão, Timbó, Faria, e traz memórias dos territórios.” Ao abrir o debate, Alexandre explicou sobre o trabalho do Grupo da Sub-Bacia do Canal do Cunha, com apoio da Cooperação Social da Presidência da Fiocruz e integrado por atores sociais de Jacaré-Jacarezinho, Maré, Vila Residencial do Fundão e Ilha do Governador.
Com problemas semelhantes aos de Manguinhos, Carlos Alberto, professor de
física do Centro de Estudos de Ações Solidárias da Maré (CEASM), salientou que
“a favela é deixada de lado. Ser favelado é uma coisa pejorativa, e a favela
não participa em grandes decisões que sobre ela recaem as maiores
consequências.” Esta, segundo ele, é uma forma de pensar combatida pelo CEASM
que tem como perspectiva conscientizar o aluno de seu papel na transformação
dessa forma de pensar. Ele e um pequeno grupo de alunos participaram da
manifestação contra a remoção da Vila Autódromo no dia 20.
Rejane Gadelha, moradora da Vila Residencial do Fundão,
enfatizou que desde a década de 1970
a região vem sofrendo com a especulação imobiliária que
impulsiona a remoção de moradores de diversas vilas causando graves impactos
ambientais. “Atualmente são 300 famílias com 2 mil moradores que têm sua
história, sua identidade. Não somos uma vila de funcionários da UFRJ e muito
menos excremento social”, disse alertando que a própria população ainda não
percebeu que está sendo manipulada. “Vão ganhar o direito de posse, mas a
regularização fundiária é o contrato que se dá a partir das obras.”
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