Suicídio: tema complicado de se falar em nossa sociedade, não é? Então, será que ele é pecado? É covardia? É fraqueza? É loucura? Pode ser tudo isso e mais outras tantas coisas. Mas, você sabia que no Brasil este tema vem se tornando cada vez mais um problema de saúde pública? Pois é. É nessa perspectiva que ele é abordado no livro “Trocando seis por meia dúzia – Suicídio como emergência do Rio de Janeiro”, que será lançado nesta terça-feira, 3 de julho.
Organizado por
Carlos Eduardo Estellita-Lins, coordenador do Grupo de Pesquisa de Prevenção do
Suicídio – PesqueSui, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e
Tecnológica em Saúde (Icict), da Fiocruz, o livro é resultado de três anos de
pesquisa realizada nos pólos de emergência psiquiátrica do Rio de Janeiro. Ele
relata o atendimento aos pacientes que atentam contra a sua própria vida nas
emergências dos hospitais da cidade, enfocando também as dificuldades
enfrentadas pelos profissionais de saúde, desde a recepção ao atendimento pelo
psiquiatra, e a constatação da inexistência de serviços preparados para atender
a esta demanda.
Na ocasião, será feita uma homenagem à
psicanalista Neuza Santos Souza, autora do livro "Tornar-se Negro: as
vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social", primeira
publicação brasileira - lançado em 1983 e ainda atual - que analisa as consequências do racismo na construção
identitária do negro. Neusa Souza Santos se suicidou em dezembro de 2008, uma
perda inestimável para a humanidade e para quem combate o racismo.
“Trocando
seis por meia dúzia: suicídio como emergência do Rio de Janeiro” traz
também dados da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde, que
aponta que no Brasil, entre 1998 e 2008, o número oficial de suicídios no país
pulou de 6.985 para 9.328 casos, um aumento de 33,5%, superior ao crescimento
da população (17,8%), ao número de homicídios (19,5%) e o de óbitos por
acidentes de transporte (26,5%), todos no mesmo período.
Um dos pontos
interessantes do livro, que tem apoio da Faperj, é que ele apresenta não só
depoimentos de profissionais que trabalham na saúde e dos sobreviventes do
suicídio, mas também de camelôs que comercializam o “chumbinho”, agrotóxico que
não possui registro na Anvisa e é vendido livremente, que é um dos venenos mais
procurados por quem quer se matar.
A pesquisa
transforma em leitura agradável um tema delicado sem banalizá-lo, mas mostrando
que é possível repensar a estratégia de divulgação de informação em saúde
mental, como um caminho para reduzir o estigma, levando a reflexão e o debate
sobre as políticas de saúde mental adotadas no país.
O lançamento
será no dia 3 de julho, terça-feira, a partir das 18 horas, no Espaço
Multifoco, na Rua Mem de Sá, 126, Lapa. Obs.: Quem quiser assistir o
documentário feito pelos pesquisadores, pode acessar o vídeo “Suicídio no
Brasil” - http://vimeo.com/36487179
Serviço:
Evento:
Lançamento do livro “Trocando seis por meia dúzia: suicídio como emergência do
Rio de Janeiro”
Homenagem à Neusa Santos Souza, psicanalista e autora do livro “Tornar-se
Negro: ou as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social”,
que se suicidou em 2008.
Data e horário:
03/07 – Terça-feira, das 18h às 23h, entrada gratuita.
Local: Espaço
Multifoco – Rua Mem de Sá, 126, Lapa, Rio de Janeiro.
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