domingo, 9 de dezembro de 2012

Pacificados e pacificadores: "A Revolução dos Bichos" de George Orwell

O título já afirma que estar "pacificada" não quer dizer acatar sem questionar. Há reações - não divulgadas, melhor, divulgadas de forma a não permitir reflexões sobre uma possível resistência a uma ordem estabelecida de cima para baixo sem diálogos. 

A intenção com esta matéria, conforme dizia o mestre Nelson Rodrigues de que "toda a unanimidade é burra", é da necessidade vital de apostarmos no diálogo, na troca. 

Outro autor genial que nos ajuda a refletir é George Orwell autor de "A Revolução dos Bichos" que em suas metáforas, revela uma aversão a toda espécie de autoritarismo, seja ele familiar, comunitário, estatal, capitalista ou comunista. Nélson Johr Garcia, ao apresentar a edição em português afirma que, “a obra é de uma genial atualidade. Apesar de tudo o que alguns poucos homens já fizeram e lutaram, ainda estamos e vivemos sob os que insistem em dominar aquém da ética e além da lei. Sejamos diligentes, a luta continua. Um dia conseguiremos distinguir a diferença entre porcos e homens.”

Façamos o seguinte: leiam a matéria abaixo e depois a "A revolução dos bichos", são elementos interessantes para um bom debate, que como dito acima, refere-se ao Borel, à Rocinha, à Manguinhos, enfim às comunidades esquecidas pelo poder público durante décadas, mesmo que pagassem seus impostos - direta ou indiretamente.

Moradores do Borel contra toque de recolher
PMs acompanham manifestação de moradores, 
que usam cartazes pedindo respeito. 
Foto: João Laet – Agência O Dia

Rio -  Ofensas, humilhações, abordagens violentas e toque de recolher para os cerca de 11 mil moradores após às 21h. Práticas que não combinam com a pacificação foram denunciadas na noite de ontem em protesto no Morro do Borel, na Tijuca.

A comunidade conta com Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) desde 7 de junho de 2010, mas a população diz que evita sair de casa durante a noite devido às ações de policiais.

Mais de 100 pessoas participaram da manifestação ao som de funk e samba na Rua São Miguel, acompanhadas de perto por PMs. As denúncias são principalmente contra quatro policiais, que já foram identificados pelos moradores.

“Sempre houve toque de recolher, mas com a chegada da UPP, a situação foi se agravando. No dia 28, a medida imposta pela PM foi de arrepiar. Moradores foram obrigados a entrar em casa a partir das 21h, e os bares, fechados”, reclamou a assistente social e moradora do Borel Cláudia Marques, de 40 anos.

A ordem dos policiais da UPP mudou hábitos da comunidade. “Meu filho de 26 anos está com medo de sair após 21h. É assustador”, comentou a pesquisadora Mônica Santos, integrante do Movimento Ocupa Borel. Policiais presentes no ato disseram desconhecer as denúncias dos moradores.


Moradores denunciam agressões
Além do toque de recolher, moradores afirmam que alguns policiais militares fazem abordagens agressivas. “Quatro deles nos assustam só de olhar. Já levei até um tapa no rosto e, na revista, apalparam minhas nádegas. É uma situação humilhante”, lamentou o cobrador de transporte alternativo, de 23 anos, que preferiu não se identificar.
Um comerciante que também não revelou o nome confirmou que as ameaças são constantes. “Se eu não fechar o bar, o ‘couro come’. Falam que vão voltar em 30 minutos. Queremos paz”.

Fonte: http://odia.ig.com.br/portal/rio/moradores-do-borel-contra-toque-de-recolher-1.523023 e http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/animaisf.pdf

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