A cada dado apresentado pelo autor da pesquisa, Julio Jacobo, do Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (CEBELA) fica claro que a violência letal no país tem prioritariamente a cor negra. No período de 2002 a 2010 houve uma redução de 25,5% de homicídios de pessoas brancas, já entre os negros houve aumento de 29,8%.
Em 2010, por exemplo, 14.047 brancos foram assassinados, contra 34.983 negros. Se levada em consideração a idade, a diferença é ainda maior: nesse mesmo ano, enquanto a taxa de homicídio do total da população negra foi de 36,0, a dos jovens negros foi o dobro, 72,0.
Comparando todo o período que compreende a pesquisa, percebe-se que, proporcionalmente, morrem duas vezes e meia mais jovens negros que brancos. Em oito anos, a taxa de homicídios de jovens negros, que era de 71,7%, passou para 153,9%.

De acordo com o autor da pesquisa, os altos índices estão se tornando naturais e a educação é a principal alternativa para alterar esse quadro. Ele explicou que o número de negros matriculados no Ensino Médio tem diminuído e que atualmente oito milhões de meninos negros não estudam e nem trabalham, por isso, é preciso fazer políticas públicas de incorporação de jovens nas escolas. "O custo da violência é muito maior do que o da educação", observou.
O Mapa é uma realização do o Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos - CEBELA e a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais - FLACSO em conjunto com a SEPPIR. Esse é o 20º relatório, porém, é o primeiro com recorte racial. Os dados que basearam o estudo foram retirados dos Censos Demográficos, das Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM).
Fonte: Seppir
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