domingo, 21 de outubro de 2012

Depois do Jacarezinho, agora é a vez do BOPE se reunir com moradores de Manguinhos

Na segunda-feira, 21 de outubro, às 10h, os moradores de Manguinhos se reúnem com o comando do Batalhão de Operações Especiais (Bope) no CIEP Juscelino Kubitschek, na Rua Leopoldo Bulhões, 952. Este é o segundo encontro promovido pelos "caveiras" após a "ocupação", a primeira reunião aconteceu na última sexta-feira (19) na quadra da Escola de Samba do Jacarezinho, com a presença de cerca 400 pessoas.

É possível que no segundo momento, as falas oficiais se repitam, já que o objetivo do encontro foi apresentar os procedimentos dos policiais durante a ocupação, como a revista de suspeitos e a busca em residências. Mas como cada caso é um caso, pode ser que tenhamos mais explicações, mais questionamentos, mais respostas eficazes que atendam as perguntas de forma objetiva. Pois, no Jacarezinho, o tenente coronel René Alonso, comandante do Bope, deu explicações sobre as ações dos policiais que parecem descoladas de uma realidade factual, não anunciada aos quatro ventos, mas com relatos emudecidos pelo medo. 

Para ele, Manguinhos e Jacarezinho eram bairros, e por isso devem se submeter à legislação pertinente aos bairros. 

Da fala oficial, tem-se: 

Festas públicas - "existe um protocolo a ser seguido para uma manifestação pública. No domingo, por exemplo, os eventos devem acabar às 22h, pois as pessoas têm que trabalhar ou estudar na segunda-feira".

Toque de recolher - o comandante foi enfático ao afirmar que tal impedimento não existe. 

Revista residencial - O morador tem o direito de não deixar os policiais entrarem em suas residências sem sua autorização: mas terá que explicar o porquê do impedimento. Respeito ao morador que estivesse ausente sem que sua casa fosse violada, foi o pedido de uma moradora, que deixassem um recado solicitando a presença do residente. Dever de  casa: vamos avaliar e a família deve deixar a chave de sua casa com um vizinho.

Transporte alternativo, moto-táxiSerão fiscalizados: documentação em dia e se o condutor usa o equipamento exigido pelas leis de trânsito.

Abuso de autoridade -  Foram dadas orientações sobre como poderiam denunciar possíveis abusos de seus policiais.

Furtos - Orientações didáticas: "trancar as portas e janelas, é assim que eu faço na minha casa"; e, verificar se realmente foi um PM: "há casos em que o próprio vizinho usa uma roupa parecida com a do Bope para cometer atos ilícitos". 

Ao final da apresentação o comandante do Bope deixou dois números telefônicos (8081-3434 - 24 horas; e 2334-3983; e 2253-1177 do Disque Denúncia) para que a população possa fazer contato em caso de necessidade ou para solicitar esclarecimentos. Durante o evento, foi distribuída uma cartilha de informações sobre as ações do Bope.

Bom, vejamos na segunda-feira, teremos outros questionamentos, se o tom "cordial" será mantido, se as respostas serão satisfatórias e se as mudanças comportamentais concorrerão para uma relação mais amistosa.

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