terça-feira, 8 de outubro de 2013

Concurso de Miss Brasil:Priscila Cidreira, da Bahia, em 3º lugar, uma linda mulher negra!!!

No concurso Miss Brasil 2013, Priscila Cidreira, 22 anos, que representou a Bahia, ganhou em terceiro lugar. Ela foi a única negra a chegar entre as dez finalistas.  

Janaína Barcelos, de 25, de Minas Gerais, e em primeiro lugar, foi Jakelyne Oliveira, 20 anos, de Mato Grosso.

As três ganharam uma viagem para Riviera Nayarit, no México. A final do concurso contou com as candidatas de cinco estados. Além de MT, BA e MG, estiveram perto do título as belas do Paraná e de São Paulo. A primeira colocada, Jakelyne Oliveira, ganhou um vestido de gala e um carro zero km.

A prova do Miss Brasil contém várias etapas de seleção até se chegar à grande vencedora. Entre as 28 concorrentes de cada estado, o júri técnico selecionou 14 delas, e internautas elegeram uma das concorrentes. Em seguida, um júri artístico escolheu 10 semifinalistas: Bahia, Ceará, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe,
A Biblioteca Negra de Pelotas é a única
 de literatura exclusivamente negra no país
Na prateleira em madeira rústica, um vidro preserva o estandarte com a imagem do pierrô de fantasia azul e branca. Na parede, um quadro com o Zumbi dos Palmares desenhado à mão. Em cima do armário, toda a coleção de troféus adquiridos nas vitórias do carnaval desde a década de 1920. Este é o Clube Social Negreiro Pelotense Fica Ahi pra ir Dizendo, de onde surgiu a primeira escola de samba do Rio Grande do Sul. A memória da fundação, em 27 de janeiro de 1921, está preservada em painéis nas paredes do salão que até hoje abriga bailes para a comunidade negra da cidade e região. 

O presidente do Clube Fica Ahi, Raul Ferreira, conta que após o sucesso do bloco no carnaval de Pelotas, o grupo decidiu fundar um clube social. "Como não tinham local para a reunião de fundação do clube, colocaram um cidadão na praça em frente à Prefeitura e disseram para ele: ‘fica ai pra ir dizendo onde é a reunião'. E assim nasceu o nome do clube", afirma. 
Como carnaval de rua era popular e os festejos em clubes considerados ‘elitizados', houve divisão entre os frequentadores do clube e a escola de samba se separou. Hoje, a Academia do Samba não tem mais relação com o Fica Ahi. Das quermesses e festivais, só restam fotos nas paredes de um dos espaços da entrada do prédio. 

O local pelo qual já passou Ângela Maria, Leci Brandão e outros artistas representantes da negritude brasileira abriga também a única biblioteca de literatura exclusivamente negra no país. A Biblioteca Negra de Pelotas abriga cerca de 400 títulos adquiridos por doações. "O professor Uruguay Cortazzo sentiu falta da bibliografia negra e adquiriu os primeiros exemplares para trabalhar no grupo de estudos negros da Universidade Federal de Pelotas, o Sangoma", explica a professora de História Maria Tereza Barbosa. 

24 de Agosto
Primeiro clube de integração entre brancos e negros nasceu em Jaguarão 
Cerca de 140 quilômetros de distância do Fica Ahi, na cidade de Jaguarão, outro clube é marco de resistência da cultura negra no estado. Com 95 anos, o 24 de Agosto leva o nome da data de sua fundação, no ano de 1918. O número 24 também simboliza a quantidade de homens que iniciaram encontros para socializar na no século em que a discriminação racial fazia uma radical segregação na cidade. "Só os brancos iam para os clubes socializar. Negros e pobres não podiam. Então, 24 homens começaram a se encontrar e decidiram fundar um clube", conta o atual presidente, Nei Madruga. 

O que poderia ser uma revanche foi o maior gesto de pacificação da época. Quando abriu as portas como clube social, o 24 de Agosto passou a ser o primeiro local de integração entre brancos e negros. "Tínhamos um verdadeiro apartheid aqui. Mas acreditamos que é importante a presença das duas raças, até para sobrevivência do clube. Não vivemos apenas da economia dos negros", ressalta seu Madruga. 

Os dois clubes negreiros situados na metade sul do estado foram contemplados no edital de pontos de cultura do Governo estadual e receberão recursos da Secretaria Estadual de Cultura. Ambos tombados como patrimônio histórico imaterial, os espaços serão restaurados e poderão preservar a cultura dos afrodescendentes do sul do país. 

"Dos 82 pontos de cultura do último edital, quatro são clubes negros. Temos também pontos de cultura em assentamentos, comunidades indígenas, locais de hip hop, enfim, queremos valorizar a diversidade do nosso estado", diz o secretário estadual adjunto de Cultura, Jeferson Assumção. 
Um total de R$ 18 milhões está sendo investido nesta etapa. Em outubro, haverá abertura de novo edital para mais 72 pontos de cultura no estado. "O mais importante não é o recurso para reforma dos prédios, é a preservação do bem imaterial para o estado. No caso do 24 de Agosto, ele ia ser vendido para ser um supermercado por falta de dinheiro. Nós intervimos junto com a prefeitura para que isso não ocorresse", relata Assumção. 

"Se fecham estes locais, a gente cai no esquecimento. Precisamos de mais pessoas da sociedade se envolvendo com nossas raízes, pessoas jovens que são descendentes destas agremiações", afirma o presidente do 24 de Agosto, Nei Madruga, ao lembrar que pessoas lutaram há 95 anos para erguer este patrimônio. Segundo ele, preservá-lo elevará a cidade. "Hoje somos reconhecidos como patrimônio histórico. Isto é muito importante", avalia.

O incentivo do estado irá contribuir para sanar o déficit cultural sobre a cultura negra no Rio Grande do Sul, acredita a produtora cultural pelotense Nailê Machado. "A sociedade hoje está modificada. O negro não se vincula mais ao clube e temos dificuldades dentro do movimento social negro. Para sobrevivermos temos que ter projetos que tragam a comunidade para dentro da cultura negra que seja algo além do samba, pagode, hip hop, rap, nós temos vários outros tipos de cultura que convivemos de forma mais aberta hoje. O governo do estado acredita neste nosso projeto. Não teríamos uma luz no fim do túnel se o estado não enxergasse o valor da baixa cultura e da cultura afro", defende.


Apoio
O ponto de cultura Fica Ahi receberá R$ 180 mil do Governo do Estado e promoverá oficinas de capoeira e dança afro, pintura, contação de histórias, artesanato, desenho, confecção de máscaras africanas, edição de vídeos, fotografias, percussão, construção de sopapo, economia criativa, sustentabilidade e captação de recursos.Também serão realizados encontros e cortejos com mestres griôs, formações, debates e ciclo de leituras a partir das reflexões de autores negros. Já o Clube 24 de Agosto prevê oficinas de dança, capoeira, culinária afro, oficina de horta e música. O projeto também trabalhará com rodas de memória, contação de histórias e atividades cineclubistas. 

"Hoje o poder público está dando importância para nossa cultura e isso fortalece a nossa resistência. Um clube social é importante para preservação das raízes do povo e preservação da história. Como diz o nosso hino: ‘povo sem história acaba por ser escravo', avalia Nei Madruga. 

Texto: Rachel Duarte

Pesquisa mostra perfil e situação dos Empresários Negros no Brasil - 2013

Sebrae Nacional lançou estudo sobre empresário/as negro/as no Brasil. No documento, encontram-se o perfil, a situação e dados estatísticos que envolvem o empreendedorismo negro no Brasil. 

A pesquisa mostra dados interessantes como a de que no Distrito Federal existem mais empreendedores/as negro/as que brancos. Entretanto, não significa que quando são analisados dados desagregados, as condições deste/as empreendedores/as sejam melhores. 

Não é novidade que "povo preto" seja empreendedor por natureza, os quatro séculos de escravidão e mais a discriminação e preconceito no mercado de trabalham atestam que a criatividade deve ser fundamental para a sobrevivência. Entretanto, cabe indagar em que condições foram possibilitadas para que estas pessoas possam empreender? Um belo debate.

Pesquisa: http://afrolatinas.com.br/wp-content/uploads/2013/06/os_donos_de_neg_cio_no_brasil_an_lise_por_raca_cor.pdf.

Fonte: http://monicaaguiarsouza.blogspot.com.br
            Instituto Búzios 

Tomara que a moda pegue: A paz vigiada no Lins

Por Luiz Baltar, Naldinho Lourenço, Ratão Diniz e Vitor Madeira.
Fotos: Luiz Baltar, Naldinho Lourenço, Ratão Diniz e Vitor Madeira.

Policias e guardas municipais controlam tranquilamente o trânsito nas entradas do Complexo do Lins de Vasconcelos, localizado na Zona Norte do Rio de Janeiro. Moradores do bairro exaltam o sumiço dos “cracudos” da região e aguardam nos portões e janelas dos seus prédios a chegada do BOPE e dos blindados da Marinha. Esse é o cenário que encontramos na madrugada do dia 6 de outubro, horas antes da implantação das  35º e 36º UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) pelo Governo do Estado. Mas subindo as íngremes escadas até o alto da comunidade Árvore Seca, percebemos que o clima ali é outro. Para os 40 mil moradores das 13 favelas, a operação de guerra montada e a ocupação militar, vão alterar profundamente o cotidiano das famílias, o direito de ir e vir e até mesmo o lazer.
Resolvemos fazer essa documentação atendendo ao chamado da Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência, que juntamente com a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, as Comissões de Direitos Humanos e de Segurança Pública da Ordem de Advogados do Brasil (seção RJ), advogados do Grupo Habeas Corpus, Favela Não Se cala e ativistas de diversas mídias alternativas, organizaram um mutirão de acompanhamento da nova UPP no Complexo do Lins. O objetivo era coibir possíveis violações de direitos, abusos e violências que já vinham ocorrendo nessas comunidades desde o início do ano, em seguidas operações policiais, e que se intensificaram no último mês.
Pelo que presenciamos nos morros da Árvore Seca, Cachoeira Grande e Do Amor, as nossas câmeras não só intimidaram os polícias, nas ações de revista das casas, como também tranquilizaram os moradores que nos diziam, quase agradecendo, que longe da nossa presença a abordagem seria outra.

Banquete Poético na Biblioteca Parque da Rocinha

O escritor Joilson Pinheiro recebe, neste sábado, 12 de outubro, artistas para um banquete poético no C4 Biblioteca Parque da Rocinha. O tema desta edição especial é atualíssimo (infelizmente): a Ditadura. 

Na discussão, que começa às 13h, Cecília Boal; o presidente da Comissão da Verdade, Wadih Damous; o professor da Uerj, Ricardo Rezende; e, a socióloga e pesquisadora sobre as questões da violência do estado, Julita Lemgruber.

A Produção Cultural C4/Biblioteca Parque da Rocinha está localizado na Estrada da Gávea, 454, Rocinha. Mais informações na Superintendência da Leitura e do Conhecimento pelos telefones 2334-7096 e 2334-7097/2334-7098.

Abertas inscrições ao Prêmio Direitos Humanos 2013

Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) abriu nesta quinta-feira (13) as inscrições para sugestões ao Prêmio Direitos Humanos 2013 - 19ª Edição. O Prêmio consiste na mais alta condecoração do governo brasileiro a pessoas físicas ou jurídicas que desenvolvam ações de destaque na área dos Direitos Humanos.
O formulário de indicações/inscrição poderá ser preenchido por pessoas físicas ou jurídicas, no portal da SDH/PR, até o dia 27 de outubro de 2013 e enviado para o endereço eletrônico: premio@sdh.gov.br. Os vencedores serão conhecidos em dezembro, mês em que é comemorada a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Para a seleção e a eleição dos agraciados são considerados critérios como o histórico de atuação na área dos direitos humanos, o desenvolvimento de ações relevantes e a implementação de práticas inovadoras em relação ao tema.
Este ano foram incorporadas três novas categorias de premiação: Segurança e Direitos Humanos; Cultura e Direitos Humanos; e Categoria Livre. Também foram reeditadas outras quatro modalidades de edições anteriores: Igualdade Racial; Igualdade de Gênero, Garantia dos Direitos dos Povos Indígenas; Cultura e Direitos Humanos. Outra novidade nesta edição é que serão aceitas auto-sugestões ao prêmio.