quinta-feira, 29 de agosto de 2013
Oportunidade de Trabalho: Concurso Público da SEPLAG
Últimos dias para Inscrições! Novo Concurso Público da SEPLAG!
Estão abertas as inscrições para o novo Concurso Público para os cargos de Analista de Planejamento e Orçamento (APO) e Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (EPPGG), que se encerram em 01/09 (domingo).
A Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) oferece 80 vagas imediatas, sendo 40 vagas para Analista de Planejamento e Orçamento (APO), e 40 vagas para Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (EPPGG), cujos vencimentos são de R$ 5.082,00 mais adicional de qualificação, podendo chegar a até R$ 5.922,00.
Os interessados deverão se inscrever no portal www.ceperj.rj.gov.br, da Fundação CEPERJ (Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro) até o dia 01 de setembro (domingo). A taxa de inscrição, para os dois cargos, é de R$110,00, pode ser paga em qualquer agência bancária por meio do boleto específico emitido após o preenchimento da ficha online. Os candidatos serão avaliados por meio de provas objetivas e discursivas no dia 29 de setembro.
Os interessados poderão tirar suas dúvidas e obter mais informações sobre o concurso pelos telefones do Serviço de Atendimento ao Candidato: (21) 2334-7100, 2334-7132 e 2334-7117. O atendimento é feito nos dias úteis, das 09:00h às 18:00h.
A Fundação CEPERJ procura a cada dia se modernizar mais, ampliando a comunicação com o candidato e garantindo, assim, uma agilidade maior na informação.
Projeto Mais Leitura Itinerante em Manguinhos
Durante uma semana, a começar de hoje, sexta-feira, 29/08, até a próxima sexta, dia 06/09, Manguinhos recebe a carreta do Projeto Mais Leitura Itinerante, em frente à Biblioteca Parque.
O atendimento acontece das 11h às 20h, exceto aos sábados e domingos.
A carreta tem capacidade para transportar mais de 10 mil exemplares. É climatizada e se transforma em uma loja móvel com estantes de livros, balcão de atendimento e rampa de acesso para pessoas com necessidades especiais.
A iniciativa busca democratizar a leitura ao oferecer livros a preços que variam de R$ 2 a R$ 4.
Simões Filho (BA) faz I Encontro de Entidades e Movimentos Juvenis
De sexta-feira, 30 de agosto, até domingo, 01 de setembro, a
Secretaria Municipal de Simões Filho, no recôncavo baiano, realiza o 1º
Encontro de Entidades e Movimentos Juvenis – Vamos juntos construir uma nova
Simões Filho para todos!
Com o objetivo de efetivar o conselho Municipal de
Juventude (Comuj), o evento proporcionará formação sobre o que são Políticas
Públicas de Juventude (PPJ’S), aproximando os movimentos para que possam propor
ideias de ação na busca pelo avanço da juventude Simõesfilhense.
A abertura do encontro vai ocorrer na Câmara dos Vereadores,
às 19h, quando serão apresentadas as propostas das atividades. Para o
pré-credenciamento estarão habilitados todos os líderes dos grupos de jovens
que se organizem em torno de temáticas políticas, sociais, ambientais,
culturais, religiosas e esportivas, voltadas para a melhoria de vida deste
segmento.
Todas as atividades serão desenvolvidas no Colégio Municipal
Padre Luiz Palmeira (Praça da Bíblia, s/nº - Simões Filho). No sábado, o
credenciamento será realizado a partir das 7h30, com a mesa de abertura
abordando a “Contextualização histórica das políticas públicas de juventude no
Brasil”, às 8h30.
Nos grupos de debates sobre juventude serão tratados temas
como políticas públicas de educação, trabalho, cultura, comunicação, esporte e
lazer, saúde, vida segura, gênero e diversidade.
O evento, após a plenária do Conselho Municipal de
Juventude, será encerado com um Festival – Simões Filho Pela Paz, com
performances musicais e de dança.
Convite aos Moradores de Vila Turismo Ameaçados pelas obras do PAC - Reunião
Neste sábado, dia 31/08, às 16h, haverá reunião com os moradores de Vila Turismo ameaçados de remoção pelas obras do PAC na Capela São Daniel Operário, situada na Avenida dos Navegantes s/n, em Manguinhos, próximo ao campo de futebol soçaite.
O encontro é puxado pela galerinha que integra o Fórum Social de Manguinhos. Portanto, pessoal, vamos nos reunir e discutir o que fazer, como fazer, sobre as demandas que afligem a este grupo específico, que infelizmente, tal problema poderá ocorrer com qualquer outro morador de outra localidade.
Encerra amanhã, 30/08, inscrição para seleção de articuladores no Programa Caminho Melhor Jovem para Manguinhos e Cidade de Deus
Prazo para inscrição segue até 23:59 de amanhã, 30 de agosto.
Em virtude da baixa procura para a função de articuladores no processo seletivo ocorrido entre 31 de julho e 09 de agosto, foram reabertas as inscrições para novas candidaturas.
O Governo do Estado do Rio de Janeiro firmou Contrato de Empréstimo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID, para financiamento parcial do Programa de Inclusão Social e Oportunidades para Jovens no Rio de Janeiro, a ser executado pela SEASDH/RJ sob a coordenação da Unidade de Gestão do Programa (UGP).
Os candidatos selecionados para ocuparem as vagas serão contratados como bolsistas por prazo de 12 meses, renovável de acordo com a estratégia definida pela SEASDH, e serão lotados nas áreas que residem.
O objetivo geral do Programa é contribuir para a inclusão social e produtiva de jovens de 15 a 29 anos que vivem em áreas com Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) ou em processo de pacificação do Estado do Rio de Janeiro, por meio do acompanhamento da trajetória do jovem, através de serviços de tutoria e aconselhamento para a construção de um plano de autonomia individual, e da articulação entre suas demandas e a oferta melhorada e integrada de oportunidades.
Este processo seletivo visa ao preenchimento de 6 (seis) vagas de articuladores das Unidades de Gestão Territorial do Programa, sendo 1 (uma) vaga para a Cidade de Deus e 5 (cinco) vagas para Manguinhos. Os currículos e a carta de apresentação deverão ser enviados no período entre 27 de agosto às 23:59 a 30 de agosto de 2013 através do e-mail: programacaminhomelhorj ovem@gmail.com.
Os candidatos deverão ter entre 18 e 29 anos e fazer constar no campo Assunto o título da função ”Articulador”. Mensagens enviadas sem a indicação da função no campo “Assunto” serão descartadas. Ressaltamos ainda que não serão avaliados currículos fora das especificações requeridas e do prazo estipulado por este processo seletivo.
A seleção se dará através de 3 avaliações distintas, contabilizando até 20 pontos:
1) Análise Curricular – até 5 pontos.
2) Carta de Apresentação que descreva como o candidato vem participando ou se propõe a participar em projetos sociais na sua comunidade - até 7 pontos.
3) Entrevista – até 8 pontos.
1) A análise curricular será feita através da contagem de pontos, sendo que aqueles que não cumprirem com o requisito mínimo de estarem matriculados em escola e cursando a partir do ensino fundamental – segundo segmento, serão eliminados. A pontuação será distribuída de acordo com a formação e a experiência profissional declaradas no currículo, sendo que até 05 pontos poderão ser adquiridos neste item. Quanto à experiência profissional e em mobilização comunitária, será atribuído 1 ponto pelo cumprimento do solicitado e 0,5 ponto por ano ultrapassado de experiência até o limite de 03 pontos. Aqueles que tiverem participação em projetos e movimentos sociais receberão 0,5 ponto para cada ano de experiência, podendo chegar a no máximo 2 pontos.
2) Carta de Apresentação é uma redação de até 30 linhas sobre como o jovem vem participando ou se propõe a participar em projetos sociais na sua comunidade - até 7 pontos.
3) A entrevista terá um caráter classificatório, sendo atribuída nota de zero a oito de acordo com o desempenho do candidato. Não haverá segunda chamada para a entrevista, sendo que a convocatória com o horário da mesma enviada para o e-mail disponibilizado no currículo na mesma data de disponibilização do resultado da fase de análise curricular. Serão entrevistados até cinco vezes o número de candidatos por vaga disponível, após a fase de análise curricular.
Abaixo há uma breve descrição da função a ser exercido, o perfil desejado, a carga horária de trabalho semanal e a remuneração.
5 (cinco) Vagas para Articulador
(Apoia a equipe de campo nas estratégias de mobilização local, participando das atividades propostas)
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Nível fundamental I completo e estudando, caso ainda não tenha completado o Ensino Médio; desejável conhecimento básico de informática; experiência comprovada em trabalhos em comunidades de pelo menos 1 ano; necessário que seja morador do território de Manguinhos e ser jovem de 18 a 29 anos.
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20 horas
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R$ 600,00
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1 (uma) Vaga para Articulador
(Apoia a equipe de campo nas estratégias de mobilização local, participando das atividades propostas)
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Nível fundamental I completo e estudando, caso ainda não tenha completado o Ensino Médio; desejável conhecimento básico de informática; experiência comprovada em trabalhos em comunidades; necessário que seja morador de Cidade de Deus e ser jovem de 18 a 29 anos.
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20 horas
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R$ 600,00
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CRONOGRAMA DE SELEÇÃO
Divulgação
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27/08/2013 às 23h59 de 30/08/2013.
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Publicação no site http://www.rj.gov.br/web/
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Recebimento de Currículos
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No e-mail: programacaminhomelhorjovem@
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Divulgação de Convocados para Entrevista Presencial
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02/09/2013
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Publicação no site http://www.rj.gov.br/web/
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Entrevista
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03/09/2013
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Sede da SEASDH (Praça Cristiano Othoni, s/nº, Edifício Dom Pedro II, Central do Brasil, Rio de Janeiro).
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Resultado
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A partir de 05/09/2013.
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Publicação no site www.rj.gov.br/web/seasdh
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Manifesto popular pela vida do Povo Negro
No ano de 2005, diante
da morte de centenas de jovens negros, organizações comprometidas com a luta
contra o racismo e pela vida, marchando pelas ruas de Salvador, se reuniram em
frente a Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia e, na madrugada do
dia 13 de maio, realizaram uma vigília em protesto contra a política de
violência e eliminação de jovens negros instituída por meio da ação e/ou
omissão do estado, mas que também afetava familiares e amigos desses jovens.
Desde então a Quilombo
Xis - Ação Cultural Comunitária impulsionando a Campanha Reaja permanece nas
ruas favelas e cadeias, denunciando e combatendo a brutalidade policial e a
falência do sistema de justiça criminal perante um estado democrático de
direitos, que escolheu como seu principal inimigo a população negra, quando
atinge diretamente jovens negros, violentando-os, encarcerando-os e
executando-os, estendendo a violência aos seus familiares e amigos.
Salvador |
Apesar destes oito anos
de denúncias da Campanha Reaja para os organismos nacionais e internacionais de
direitos humanos (ONU- Organização das Nações Unidas, OEA – Organização dos
Estados Americanos), os números de mortes violentas por ação ou omissão estatal
não tem se modificado. Conforme demonstram os dados do Mapa da Violência publicados
no ano de 2013, entre 2004-2007 morreram 169.574 jovens e destes 116.274 eram
negros. Enquanto houve uma queda em torno de 20% da taxa de morte dos jovens
brancos, a taxa de morte de jovens negros aumentou em torno de 30% naquele
mesmo período. As taxas de homicídio no país são mais altas que os países em
guerra ou com algum tipo de conflito declarada. Em 2010,
a taxa de
homicídios de jovens negros no Brasil, foi de 27,4/100.000. Em 2011 4071 jovens
negros morreram no Estado da Bahia. Há um diferencial de + 153.4% da
vitimização negra em relação a vitimização branca.
Estes índices apontam
que os projetos de segurança pública aplicados em todo o território nacional
como resposta aos números que representam o genocídio do povo negro dizem
respeito a medidas arbitrárias e na contramão de todos os postulados e acordos
internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil é signatário. A
instalação de bases comunitárias de segurança revelam a invasão e ocupação de
bairros negros pelas polícias militares (militarização),ofendendo direitos e
garantias fundamentais que dizem respeito as liberdades constitucionais. O
investimento do estado Brasileiro no complexo industrial carcerário justificado
pelo aumento do número de pessoas encarceradas no país, aquece a indústria da
violência e enriquece os verdadeiros empresários do crime. A exposição de
pessoas suspeitas de cometerem crimes com anuência de autoridades policiais
potencializam a criminalização da população negra e a banalização das vidas
pelos meios de comunicação não sérios.
As políticas e práticas
de segurança pública têm sido implementadas de forma que determinam quem está
incluído como cidadão e digno de proteção do Estado. Seguindo esta lógica, os
negros não estão. As mulheres negras têm uma localização central neste sistema,
como vítimas de uma violência visceral. O papel que as mulheres têm
desempenhado como mães, avós, tias, esposas, filhas, irmãs diante da morte e do
aprisionamento de homens negros, colocaram as mulheres em um espaço de cuidado
e de mantenedoras das suas famílias e suas comunidades e, portanto, e um espaço
de vulnerabilidade frente a violência infligida aos homens negros.
As mulheres negras são
as primeiras a serem acionadas quando uma filha/filho, irmã/irmão,
esposa/esposo ou amiga/amigo é atingida pela violência estatal. São as mulheres
que estão nos IMLs procurando e reconhecendo corpos mutilados ou alvejados. São
as mulheres negras que aguardam uma notícia que nunca receberão quando do
desaparecimento de um ente querido. São as mulheres negras que se dedicam a
recuperação das vítimas de violência do Estado, quando este deixa sequelas de
projetis de arma de fogo, espancamento e violência psicológica. Essas formas de
violência não atacam diretamente seus corpos, mas a violência a qual as pessoas
com as quais tem vínculo são submetidas levam inevitavelemtne a destruição da
memória, dos corpos e espíritos daqueles que lhes foram tiradas. Essas mulheres
negras estão sendo expostas, adoecidas e violadas. O sofrimento feminino negro
não é só perpetrado, mas é incentivado pelo Estado.
Assim, nosso manifesto é
em primeiro lugar pelo nosso direito de permanecermos vivas e vivos. Sem
estarmos vivas não podemos lutar pelos demais direitos. Estamos marchando para
que cessem a brutalidade e as violências contra mulheres e homens negros, que
tem sido mortos em razão de uma política de estado genocida, que escolhe suas
vítimas em razão da marca da ancestralidade que carregamos, qual seja: sermos
negros e negras.
Diante disto, honrando
nossa história em diáspora e a luta das nossas ancestrais que construíram ao longo
de séculos poderosas instituições políticas, culturais, sociais e militares
(Zeferina, N’zinga, Dandara, Maria Felipa) para a afirmação de nossa humanidade
e contra o modelo de estado que nos sequestra, violenta e vitimiza, exigimos a
discussão dos pontos que seguem abaixo:
1. Participação efetiva
das organizações negras de movimento social com força de deliberação na
construção de políticas de segurança pública e criminal e penitenciária
centrada nos direitos humanos;
2. Retirada de
circulação do baralho do crime, instrumento que viola princípios básicos de
dignidade humana e expõe o caráter racista da política de segurança pública do
Estado da Bahia;
3. Constituição de um
grupo de trabalho com efetiva participação social na instituição de Programas
de Proteção às Vítimas e Testemunhas, bem como, Programa de Defensores de
Direitos Humanos, com autonomia e pautado nos direitos da pessoa humana;
4. Atendimento integral
à saúde das pessoas vítimas de violência do estado e seus familiares, com sede na
Secretaria de Saúde do Estado da Bahia;
Salvador |
5. Discussão de uma
política sobre drogas. A respeito do debate sobre as políticas de drogas,
entendemos que a chamada “guerra às drogas”, além de representar retrocesso na
luta antimanicomial, se constitui como dispositivo de controle social,
criminalização e extermínio de pobres e negros. As ações de recolhimento e
internação compulsória de crianças e adolescentes, assim como da população
adulta em situação de rua, fazem parte do processo de higienização e elitização
das cidades, sobretudo nos períodos que antecedem grandes eventos esportivos;
6. Discussão da
descriminalização do uso de drogas. Uma vez que “guerra às drogas” tem sido
utilizada como justificativa para políticas de controle e extermínio, apontamos
a necessidade de descriminalização e legalização das drogas, acompanhadas do
fortalecimento de políticas de saúde pública e de conscientização sobre seu
uso. Afirmamos estes como passos fundamentais para a superação do quadro de
violações trazido pelo proibicionismo;
7. Sobre a “defesa
social”. É necessário conter o avanço punitivo do Estado que fortalece o
controle das populações através da ampliação das categorias consideradas
inimigas e que legitima práticas de repressão violenta a partir do discurso de
garantia da ordem e da defesa da sociedade. Esse poder punitivo violador, cuja
mais grave representação localizamos na atuação policial, opera-se também em
perversas práticas do Poder Judiciário e do Ministério Público. Um dos efeitos
mais drásticos do controle penal verifica-se no encarceramento em massa, tendo
o Brasil hoje a quarta maior população carcerária do mundo;
8. Pelo fim da revista
vexatória que além de estender a pena aso familiares e amigos de presas e
presos, humilha e expões mulheres negras em sua maioria, quando da entrada em
unidades prisionais, cuja prática é justificada pela entrada de armas de alto
calibre e grandes quantidades de drogas em genitálias de mulheres, homens e
crianças;
9. Pela não privatização
de prisões e unidades e serviços de saúde, bem como recursos humanos
capacitados e qualificados;
10. Desmilitarização da
polícia. Com relação às políticas de segurança pública o debate sobre a
desmilitarização é prioritário e urgente. A lógica militar impõe a perspectiva
da guerra e do confronto bélico na qual há um território a ser ocupado e um
inimigo a ser combatido. Os territórios em questão são favelas e periferias e o
inimigo, as classes populares. A gestão militar da segurança pública afirma-se
nas históricas operações e invasões policiais justificadas pela “guerra às
drogas” com Rangers e Pick-ups compradas com o dinheiro do Programa Nacional de
Segurança Cidadã, o PRONASCI e outros aparatos de guerra – como na diversas chacinas
e execuções, que deixam para trás centenas de mortos. Além disto, permite a
expansão de grupos de extermínio nas regiões periféricas da cidade,
configurando um controle “paramilitar” dessas áreas, o que gera formas
específicas de privação de direitos, assim como a implementação das Unidades de
Polícia Pacificadora(UPPs), batizadas na Bahia como Bases de Segurança Pública
que só levam o controle bélico, não havendo a implementação de serviços como
saúde, educação, coleta de lixo, cultura e lazer, como prometido pelas
autoridades.).
*Documento enviado por
José Raimundo (Thembi Sekou Okwui)
Mais informações –
https://www.facebook.com/ReajaOuSeraMortoReajaOuSeraMorta?fref=ts
Marcha em vários estados pela vida do povo negro
Salvador |
Vários textos contribuíram para
esta reflexão: Carta Capital, Afropress, Revista Raça, Quilombo Xis, Portal
Áfricas, Rede Contra Violência, e por aí vai...
21/08/2013
Caravanas de vários bairros de Salvador e cidades da Bahia, em especial, de
Santo Amaro, Cruz das Almas, Feira de Santana, Conceição de Feira, Ilhéus,
Itabuna, Vitória da Conquista, Itacaré, Cachoeira e S. Félix, se juntarão a
ativistas soteropolitanos na Marcha Nacional Contra o Genocídio do Povo
Negro, que está sendo convocada pela Quilombo
Xis - Ação Cultural
Comunitária, responsável pela Campanha "Reaja
ou será Morta, Reaja ou será Morto". A
concentração da Marcha está marcada para as 15h, no Largo dos Aflitos em
Salvador.
Rio de Janeiro |
Marchas com o mesmo tema
aconteceram também no Rio, Curitiba, Recife, Belo Horizonte e São Paulo. Ativistas dos
movimentos negros e antirracistas dessas cidades passaram a considerar o dia 22
de agosto como Dia de Luta contra o Genocídio do Povo Negro.
Objetivo: De acordo com informações divulgadas pela
revista Carta Capital - Cobrar “políticas públicas diante dos últimos dados
sobre a violência contra a população negra, pobre e periférica brasileira.”
Números dolorosos
De 2002
a 2010, 418.414 vítimas de violência letal – 65,1% delas (272.422 pessoas)
eram negras.
Os dados constam no “Mapa da
Violência 2012 – A Cor dos Homicídios”, primeiro levantamento nacional sobre
esse tipo de morte com recorte étnico.
O número de homicídios contra
brancos caiu de 20,6 para 15,5 vítimas para cada 100.000 habitantes – queda de
24,8%. Entre os negros, o índice aumentou 5,6%, de 34,1 para 36 mortos para
cada 100.000 brasileiros.
Há uma tendência crescente da vitimização dos negros no Brasil. Em 2002, morriam proporcionalmente 65,4% mais negros que brancos, enquanto em 2010 essa taxa saltou para 132,3%.
Entre os brasileiros com idade de 15
a 29 anos, a situação piora. Em 2002, o total de jovens negros mortos foi
71,7% maior que o de brancos. Em 2010,
a discrepância subiu para 153,9%. Naquele ano, 19.840 jovens
afrodescendentes foram mortos ante 6.503 brancos.
Ou seja: MATA-SE
DUAS VEZES E MEIA mais jovens negros que brancos.
No próximo post, a íntegra de
reivindicações da Marcha Nacional contra o Genocídio do Povo Negro divulgados
pela Campanha Reaja.
Mobilização em prol da vida dos jovens negros no Brasil
Por Sandra Martins
Uma bela redação veio da turma do Correio Nagô e da Afropress. Falam da mobilização pelo fim do genocídio de jovens negros que vem se avolumando ao longo dos anos. A Marcha Nacional é um sonho que começou há 35 anos quando se criou o Movimento Negro Unificado Contra a Discriminação Racial, em plena ditadura política.
Uma bela redação veio da turma do Correio Nagô e da Afropress. Falam da mobilização pelo fim do genocídio de jovens negros que vem se avolumando ao longo dos anos. A Marcha Nacional é um sonho que começou há 35 anos quando se criou o Movimento Negro Unificado Contra a Discriminação Racial, em plena ditadura política.
Certamente, esta história é pouco
conhecida pela esquerda brasileira, por ser um tema que naquele período era
tido como algo que dividiria a luta, que era de classe. Mas era na classe baixa
que se encontravam refúgios. Vemos tais relatos em livros que retratavam como
os companheiros de clandestinidade e estudantes, se refugiavam nos morros, nos
espaços da marginalidade urbana. A polícia subia e a negadinha mandava os
"meninos" fugirem. Pois é... Os meninos com o tempo cresceram, ficaram
taludos, homens feitos, e a negadinha continuou na marginalidade. Morrendo com
o justiçamento dos Mãos Brancas... lembram?!?
Da escola integral conforme o ideário que
poderia ter vários problemas, certamente, os tinha, mas que poderiam ser
realinhados ou readequados, para que a massa marginalizada nas escolas baratas
de quinta categoria pudesse um dia ter a qualidade e amorosidade suficiente
para que se tornassem valorosos e valorosas cidadãs. Mas, esta página foi
virada, os sonhos jogados fora, as lágrimas vertem desde sempre. Como
vertem a todo corpo negro que tomba no dia-a-dia deste Brasil de poucos.
Lelia Gonzalez |
Em 1978, dois casos foram emblemáticos
para que ativistas dos direitos humanos se unissem para denunciar a pseuda
democracia racial que mata e discrimina negros e que determinou que somente um
grupo étnico-racial poderia ser o merecedor das benesses produzidas por todos.
Robson Silveira da Luz, feirante de 27 anos, negro, acusado de roubar frutas
foi torturado e morto por policiais militares no 44º Departamento de Polícia de
Guaianazes, SP. Pouco tempo depois, quatro jovens atletas de vôlei foram
impedidos de entrar no hoje extinto Clube de Regatas Tietê.
Matéria da Revista Raça (única revista de banca que aparecem negros
e negras) "35 anos em marcha contra a discriminação racial", ela informa que no lugar do clube, hoje existe a Faculdade Zumbi dos Palmares, a
também a única e primeira universidade negra do país (se acalmem, lá tem espaço
para todos e todas, nipônicos, loiros, indígenas, etc.).
Wilson Prudente |
Celso Prudente |
Em 7 de julho, após vários debates entre
ativistas do movimento negro, surgiu o nome que simbolizaria o sonho de união
entre os negros (atualmente pretos + pardos do IBGE). Esta data simboliza o Dia
Nacional de Luta Contra o Racismo, e neste dia, mais de 3 mil pessoas foram
paulatinamente se encontrar em frente ao Theatro Municipal de São Paulo.
Imaginem a cara das pessoas, das
autoridades, da burguesia, dos estudantes não negros, da esquerda, de todos,
vendo aqueles 3 mil negros falando com propriedade de suas dores, de suas
angústias, de como esta parcela da população brasileira era tratada pelos seus
irmãos e conterrâneos. Chocante!!! Lindo, diria eu... Não estava lá, mas
imagino, pois conheci ao longo da militância, muitas daquelas pessoas que
estiveram lá - Lélia Gonzalez, Abdias Nascimento, Hélio Santos, os irmãos Celso e Wilson Prudente, entre outros. Muitas delas foram perseguidas, se suicidaram, tiveram que entrar
na clandestinidade - não a da época - mas sumir no meio do nada, antes que
sumissem com os seus.
Solano Trindade |
Hermógenes Almeida Silva |
Solano Trindade foi um que teve seu filho
assassinado para que se calasse. Hermógenes Almeida Silva Filho,
assassinado junto com Reinaldo Guedes Miranda em junho de 1994. Na ocasião,
disseram que era um crime passional. Será? Ou porque estes ativistas
investigavam as chacinas da Candelária e de Vigário Geral, como parte
do trabalho de Hermógenes na assessoria parlamentar - ocupou o cargo de assessor
da então vereadora Benedita da Silva (PT), eleita em 1982 e de Jurema
Batista (PT), eleita em 1992. Mortos a tiros, no bairro carioca da
Piedade, apesar da repercussão nacional e internacional, não se chegaram aos
réus.
São os Amarildos de sempre: as cores são
as mesmas, a impunidade semelhante, o racismo idêntico.
Mas vamos ao texto primoroso da turma do
Correio Nagô e da Afropress nos próximos posts, incluindo o Manifesto: Marcha Contra o Genocídio do Povo Negro.
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