domingo, 7 de outubro de 2012

Seminário do Teias aponta desafios da intersetorialidade

“Saúde não significa apenas ausência de doença, ela está totalmente relacionada ao bem-estar social”. Assim conceituou a coordenadora do Teias, Elyne Engstrom, na abertura do segundo dia de atividades do seminário Inovação em Atenção Primária à Saúde. Na manhã de quinta-feira (4/10), realizou-se o terceiro dos quatro painéis programados para os dois dias do evento. Com o tema Promoção da saúde e o desafio da intersetorialidade, foram apresentadas experiências exitosas das ações que integram o Teias, como a Academia Carioca da Saúde, a Vigilância do Ambiente, Água e Saúde, além da atuação da Assessoria de Cooperação Social da ENSP, com foco na gestão participativa.

A coordenadora do Teias, Elyne Engstrom, fez uma breve contextualização do projeto antes de dar início ao painel. Ela enfatizou que a promoção da saúde é vista como uma estratégia fundamental para o enfrentamento dos problemas de saúde e para a melhoria da qualidade de vida da população. No entanto, para promovê-la são necessárias políticas públicas que a sustentem. A coordenadora falou também sobre a proposta de atenção integral do Teias dentro do contexto da integralidade. Neste contexto, destacou ela, é fundamental trabalhar na perspectiva da participação social. “É preciso trabalhar o conceito de inserção atrelado à participação social. A discussão de promoção da saúde emancipatória, que dá autonomia ao sujeito, precisa ser incorporada às práticas de saúde. A Assessoria de Cooperação Social da ENSP tem feito esse trabalho memoravelmente”, citou.

Vigilância do ambiente, água e saúde e cooperação social

Construindo parcerias para vigilância do ambiente, água e saúde foi o tema exposto pelo chefe do Departamento de Saúde e Saneamento Ambiental da ENSP, Paulo Barrocas, e pela apoiadora técnica do Território-Escola Manguinhos, Angela Casanova. Segundo eles, na última Conferência de Saúde, a qualidade e o abastecimento da água foram apontados como problemas-chave em diversos territórios. Dessa forma, o Teias foi buscar parceria com o Departamento de Saúde e Saneamento Ambiental com o intuito de evitar doenças de veiculação hídricas mais comuns. O trabalho, que envolve o monitoramento da qualidade da água consumida no território de Manguinhos, conta com o papel fundamental dos agentes de vigilância epidemiológica. “Os agentes domiciliares têm um olhar especial de como são de fato as condições de saneamentos das unidades visitadas”, destacou Paulo.

Finalizando o penúltimo painel do seminário, a coordenadora da Assessoria de Cooperação Social (ACS) da ENSP, Mayalu Mattos, disse que a ACS foi criada em 2005, a partir da necessidade de aprofundamento do compromisso da Escola com o seu entorno. Desde a criação do Teias, a ACS atua em parceira com a iniciativa visando à gestão participativa e à participação social. Mayalu destacou ainda as inúmeras complexidades do território de Manguinhos e as mudanças ocorridas nele nos últimos seis anos, principalmente em relação à saúde.

Mayalu falou sobre as representações sociais que existiram e ainda existem em Manguinhos. Até 2010, o Fórum do Movimento Social de Manguinhos era o único espaço para discussão coletiva das questões do território. A partir daí, outros importantes espaços para a participação social e a gestão participativa do território surgiram, entre eles o Conselho Gestor do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria, o Conselho Gestor Intersetorial do Teias e Conselho Comunitário de Manguinhos. “Pelo seu histórico de atuação no território, todos esses espaços contaram com o apoio da ACS, mas principalmente o Conselho Gestor Intersetorial, relacionado à expansão da estratégia de saúde da família no território de Manguinhos, que passou a ser gerida pela Fiocruz”, finalizou.

Fonte: http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/informe/site/materia/detalhe/31111