sábado, 7 de abril de 2012

Manual explica como diminuir incidência de tuberculose em presídios

Ambientes superpopulosos, mal ventilados e com iluminação solar limitada como ocorre nas prisões, cadeias públicas e delegacias de polícia onde vivem em torno de 494.237 pessoas privadas de liberdade (PPL) no Brasil são particularmente favoráveis à disseminação de doenças respiratórias, especialmente a tuberculose.  

Resultados de estudos de epidemiologia molecular realizados nas prisões do Rio de Janeiro mostraram que, em prisões de alta endemicidade, 75% dos casos de tuberculose identificados estavam relacionados à infecções recentes presumidamente adquiridas na prisão. O estudo diagnosticou que as penitenciárias facilitam a ocorrência e transmissão da tuberculose.

Para evitar o a maior contaminação a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, em parceria com o Ministério da Justiça criou Manual de Intervenções Ambientais para o Controle da Tuberculose nas Prisões. Nele foram descritas intervenções simples baratas para melhoria das condições de ventilação e iluminação das prisões, sem comprometimento da segurança dos presídios. Entre as recomendações está a priorização da utilização de recursos de iluminação e ventilação natural ao invés das fontes artificiais.

De acordo com o Boletim Epidemiológico de Tuberculose, divulgado no dia 26/03, a incidência da doença é maior entre presos do que entre a população em geral. Em 2010 as pessoas reclusas em penitenciárias representaram 0,2% da população do país diagnosticada com tuberculose. Desse total, 6% dos casos notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) eram de detentos. O estado do Rio de Janeiro (2.081,2) apresentou a maior taxa de incidência, seguido pelo Maranhão (1.995,8), Rio Grande do Sul (1.644,2), Bahia (1.620,3), Pernambuco (1.517,2), Espírito Santo (1.466,1) e Pará (1.451,5).