segunda-feira, 2 de julho de 2012

Liderança dos pescadores, Alexandre Anderson, na OAB: fala de revolta, desespero e indignação

O vídeo abaixo foi feito num celular precário, seguro por mãos de alguém que em muitos momentos também chorava. Independente da qualidade do vídeo, o blog Participação Cidadã faz questão de socializá-lo, pois este é mais um episódio de dor e perdas do movimento social, que deve ser revertido, e isto se faz com o amplo conhecimento do histórico das reivindicações dessa(s) comunidades, união de outros grupos, para juntos, fortalecer a luta pelo direito à vida, pelo direito a ter direitos, pelo direito da defesa da democracia. 

"O auditório menor da OAB não comportou os apoios, e foi preciso mudar para o outro. 

Das falas de solidariedade, que foram muitas, ficaram, de imediato, o acerto de uma conversa com o Ministro da Justiça, intermediada da própria mesa por Chico Alencar, e o compromisso emocionado das muitas pessoas presentes de que é inaceitável que este País, com o revoltante “modelo de desenvolvimento” que vem escolhendo, continue a produzir, de fato, expulsões, ameaças, assassinatos e execuções. 

Chega de mortes! De todo o tipo de mortes!"

"A covardia nos mata nos nossos barcos. Não vamos ser expulsos de nossa casa, que é a Baia da Guanabara! Só temos duas alternativas: Ou parar, e aí nós desistimos, ou nós partimos pra dentro. Nós vamos preservar aquela área, vamos criar a área de exclusão de petroquímica na Baía da Guanabara".

Falando sobre gente que se mata


Suicídio: tema complicado de se falar em nossa sociedade, não é? Então, será que ele é pecado? É covardia? É fraqueza? É loucura? Pode ser tudo isso e mais outras tantas coisas. Mas, você sabia que no Brasil este tema vem se tornando cada vez mais um problema de saúde pública? Pois é. É nessa perspectiva que ele é abordado no livro “Trocando seis por meia dúzia – Suicídio como emergência do Rio de Janeiro”, que será lançado nesta terça-feira, 3 de julho.

Organizado por Carlos Eduardo Estellita-Lins, coordenador do Grupo de Pesquisa de Prevenção do Suicídio – PesqueSui, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict), da Fiocruz, o livro é resultado de três anos de pesquisa realizada nos pólos de emergência psiquiátrica do Rio de Janeiro. Ele relata o atendimento aos pacientes que atentam contra a sua própria vida nas emergências dos hospitais da cidade, enfocando também as dificuldades enfrentadas pelos profissionais de saúde, desde a recepção ao atendimento pelo psiquiatra, e a constatação da inexistência de serviços preparados para atender a esta demanda.
Na ocasião, será feita uma homenagem à psicanalista Neuza Santos Souza, autora do livro "Tornar-se Negro: as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social", primeira publicação brasileira - lançado em 1983 e ainda atual - que analisa as consequências do racismo na construção identitária do negro. Neusa Souza Santos se suicidou em dezembro de 2008, uma perda inestimável para a humanidade e para quem combate o racismo.
Trocando seis por meia dúzia: suicídio como emergência do Rio de Janeiro” traz também dados da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde, que aponta que no Brasil, entre 1998 e 2008, o número oficial de suicídios no país pulou de 6.985 para 9.328 casos, um aumento de 33,5%, superior ao crescimento da população (17,8%), ao número de homicídios (19,5%) e o de óbitos por acidentes de transporte (26,5%), todos no mesmo período.
Um dos pontos interessantes do livro, que tem apoio da Faperj, é que ele apresenta não só depoimentos de profissionais que trabalham na saúde e dos sobreviventes do suicídio, mas também de camelôs que comercializam o “chumbinho”, agrotóxico que não possui registro na Anvisa e é vendido livremente, que é um dos venenos mais procurados por quem quer se matar.
A pesquisa transforma em leitura agradável um tema delicado sem banalizá-lo, mas mostrando que é possível repensar a estratégia de divulgação de informação em saúde mental, como um caminho para reduzir o estigma, levando a reflexão e o debate sobre as políticas de saúde mental adotadas no país.
O lançamento será no dia 3 de julho, terça-feira, a partir das 18 horas, no Espaço Multifoco, na Rua Mem de Sá, 126, Lapa. Obs.: Quem quiser assistir o documentário feito pelos pesquisadores, pode acessar o vídeo “Suicídio no Brasil” - http://vimeo.com/36487179
Serviço:
Evento: Lançamento do livro “Trocando seis por meia dúzia: suicídio como emergência do Rio de Janeiro”
Homenagem à Neusa Santos Souza, psicanalista e autora do livro “Tornar-se Negro: ou as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social”, que se suicidou em 2008.
Data e horário: 03/07 – Terça-feira, das 18h às 23h, entrada gratuita.
Local: Espaço Multifoco – Rua Mem de Sá, 126, Lapa, Rio de Janeiro.