quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Experiência de Participação Social em Manguinhos no ENEPS

Mayalu Matos, com Sandra Martins, expõe as ações da ACS
 de desenvolvimento da participação social em Manguinhos
A experiência de Tecnologias Sociais em Saúde para o Desenvolvimento da Participação Social Local em Território de Favela é o nome do trabalho acadêmico, modalidade Comunicações Criativas, apresentado por Mayalu Matos, coordenadora da Assessoria de Cooperação Social da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ACS/ENSP/Fiocruz), no segundo dia do V Encontro Nacional de Educação Popular e Saúde (V ENEPS).
O evento acontece entre 31 de julho a 3 de agosto na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).
Entre as tecnologias sociais elencadas por Mayalu estão os produtos comunicacionais editados pela jornalista da equipe, Sandra Martins, informativo Comunidade na Saúde, blog Participação Cidadã e redes sociais - twitter, orkut, facebook e youtube.
Os Encontros Nacionais de Educação Popular e Saúde agrega coletivos produtores de ações locais e nacionais de mobilização e educação crítica, tendo como foco o direito à saúde e à justiça social. Nos últimos anos, aos debates sobre estes temas, agregam-se as produções acadêmicas em termos de pesquisas, incluindo as que dão origem a teses e dissertações em programas de pós-graduação da área de saúde, em especial da saúde coletiva, saúde pública, enfermagem, medicina, serviço social, odontologia, psicologia, entre outras.

O trabalho com jovens envolvidos em atividades ilicitas


Workshop: “A Prática de Profissionais na Favela. Desafios, Dilemas e Potencialidades no trabalho com jovens inseridos em atividades ilícitas” com a psicóloga Andrea Rodriguez – Doutora em Psicologia (UFRJ).
 
Objetivo: Ampliar a discussão em torno das estratégias de atuação no contexto da favela, em especial com jovens que atuam no tráfico de drogas e outras redes de trabalho ilícito. Junção entre teoria e prática na transformação de realidades sociais.
 
Público alvo: profissionais que atuam em favelas e projetos sociais
 
Local: Auditório do CRP-05. Rua Delgado de Carvalho 53. Tijuca.
Informações Tel: 2139-5400

Data: 2 de Agosto de 2012
Horário: 9h30 às 16hs
Inscrições: grátis

Reflexões sobre Amamentação como política pública


Durante as ações comemorativas à Semana Mundial de Amamentação, de 1 a 8 de agosto, a professora doutora Isabel Cruz, coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre as Atividades de Enfermagem e do Núcleo de Estudos sobre Saúde e Etnia Negra, defende que se deva aproveitar a oportunidade para discutir várias questões que envolvem a mulher que vai ou é mãe.

- Pré-natal baseado em evidências científicas (educação da gestante sobre aleitamento exclusivo, cuidados com a mama, licença maternidade, armazenamento do leite materno, etc.). E, também, em como as gestantes são (ou não são) preparadas para amamentar exclusivamente, apontando estratégias para superação das barreiras sociais à amamentação (e ao parto ativo e natural que com sua descarga de ocitocina deflagra o empoderamento da mulher para nutrir sua criança com leite e amor).


- Incentivar o parto e repudiar a resolução do CREMERJ e apoiar doulas, professoras de cursos de preparação para o parto, parteiras, enfermeiras obstetrizes e obstetrizes, assim como os escassos médicos obstetras que sabem que o parto é o normal, o desvio da norma é a cesariana!


- Visibilizar a importância da amamentação na primeira hora, em que se deve instituir um alojamento conjunto como estratégia para promoção da amamentação, entre outras.


- Doação de leite aos bancos de leite e a alimentação de prematuros.


- A prevenção da transmissão vertical do HIV incentivando as futuras mamães a fazerem o teste HIV e obrigando os laboratórios a serem rápidos na entrega dos resultados (priorizar exame de gestante!)


- O direito das mulheres e crianças a berçários e creches nos municípios, locais de trabalho e escolas! Uma condição para a mãe que trabalha poder continuar amamentando!


Segundo a professora doutora Isabel Cruz, não se pode esquecer de que o quarto objetivo do Milênio é a redução da mortalidade na infância. “Uma das iniciativas para se alcançar esta meta é a ‘capacitação’ da gestante e da mãe para a amamentação exclusiva”. Diante destas informações, é fundamental que os conselheiros de saúde, assim como a/os usuário/as dos serviços de saúde, gestores e trabalhadores façam, para além do exercício da reflexão, mas do pensar em ações concretas, sobre qual iniciativa a sua instituição de saúde e/ou ensino (ou da sociedade civil organizada) poderá promover para aumentar a taxa de aleitamento exclusivo?


“Aproveito a oportunidade para ressaltar que a luta contra a mortalidade materna de mulheres negras acontece paralela à semana mundial de amamentação. Neste sentido, destaco aqui o trabalho da enfermeira Dra. Alaerte Martins que em razão de suas extensas pesquisas demográficas incluiu na política de saúde do Estado do Paraná a revisão da estratificação de risco das gestantes (Política Baseada em Evidência Científica). Assim, os profissionais de saúde paranaenses agora sabem
que mulheres negras ou indígenas estão na faixa de risco intermediário e, portanto, devem receber algumas ações prioritárias”, concluiu a professora doutora Isabel Cruz.


Doula é uma mulher, geralmente com experiência de maternidade, que está  ao lado da mãe durante o seu parto, ajudando-a a sentir-se segura de modo a que ela consiga mais facilmente dar à luz (“a mulher que serve”).


Obstetrizes são profissionais, que antigamente tinha uma formação técnica específica, com a extinção do curso, hoje atuam apenas a obstetrizes formadas até os anos 1970. Suas funções são semelhantes às das Enfermeiras Obstetras. 



Texto baseado no Boletim Eletrônico NEPAE-NESEN http://www.uff.br/jsncare/index.php/bnn/index