domingo, 1 de julho de 2012

História das favelas e da sociologia no Brasil urbano

O mês de julho, dia 3 (terça-feira), começa com uma boa discussão sobre Sociologia e Favelas. Trata-se do Seminário História das favelas e da sociologia no Brasil urbano: a contribuição de Anthony Leeds, que será realizado entre 10 e 12h30 na sala 413 do Prédio da Expansão, na Avenida Brasil, 4.036 - Manguinhos.

O evento é aberto e não precisa fazer inscrição. Veja a programação abaixo que promete ser bastante interessante, ainda mais quando o Rio de Janeiro, e o Brasil, discutem remoções, obras do PAC, obras para os grandes jogos, Belo Monte, enfim... 

Para ajudar a entender o que está acontecendo hoje e mudarmos o rumo da prosa para o futuro, é fundamental dialogarmos com a história, também a oficiosa, a do cotidiano construído com variadas mãos. E os especialistas e suas pesquisas são fundamentais para pontuar determinadas questões. Portanto, pessoal, participem deste seminário que promete ser bastante interessante.
 
 
PROGRAMAÇÃO

Primeira sessão – 10h às 10h30
O arquivo Anthony Leeds: fontes para a história das favelas
Coordenação: Nísia Trindade Lima (COC/Fiocruz)
 
Expositores:
Paulo Elian (COC/Fiocruz)
Ana Luce Girão (COC/Fiocruz)
Rachel Viana (COC/Fiocruz)

Segunda sessão – 10h30  às 12h30
Anthony Leeds e sua contribuição à sociologia e à antropologia urbanas no Brasil
Coordenação: Tania Fernandes (COC/Fiocruz)
 
Expositoras:
Licia Valladares (Universidade de Lille e Urbandata - IESP/Uerj)
Maria Laís Pereira da Silva (UFF)

Jovens de projetos sociais de Bio-Manguinhos na Rio+20

Um grupo de jovens dos projetos sociais Crescendo com Manguinhos e Oficina do Empreendedor, da Comissão de Responsabilidade Socioambiental de Bio-Manguinhos (Somar), fizeram um passeio, em 20 de junho, pelos espaços da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. 
No Armazém 4 do Cais do Porto, os jovens visitaram o espaço Popularização da Ciência, da Tecnologia e da Inovação com atividades direcionadas à sociedade civil. Mais de 50 instituições presentes desenvolveram iniciativas sobre os temas da Rio+20 como sustentabilidade, produção de energia, diminuição da pobreza, meio ambiente etc. O espaço que contou com a participação da Fiocruz.
Em seguida, a turma circulou na exposição do artista plástico brasileiro Vik Muniz, que transformou lixo em arte. Os jovens levaram materiais recicláveis e participaram da montagem de “Paisagem”, um painel que recriava a Baía de Guanabara com garrafas plásticas, embalagens etc. 

Para encerrar o dia, a parada seguinte foi na Cúpula do Povos, no Aterro do Flamengo. Com diversas atrações, entre tendas com debates e atividades ao ar livre, as crianças e adolescentes andaram pelos espaços, conversaram com outros participantes - inclusive estrangeiros - conhecendo um pouco mais dos temas que estavam na pauta do encontro.

Fonte: www.procc.fiocruz.br

Rio + morte = pescadores artesanais cariocas assassinados por suas lutas socioambientais


O Rio de Janeiro acaba de sediar a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, onde o objetivo principal foi o lançar uma nova agenda político econômica baseada no conceito de “Economia Verde”, ideia que, como denunciaram centenas de organizações e movimentos da sociedade civil, ao invés de trazer soluções reais às crises socioambientais do mundo, propõe mais avanço do capital sobre a natureza, mais mecanismos de mercado e menos direitos para as comunidades que habitam e cuidam dos territórios.

Passaram alguns dias e aquela cidade repleta de cartazes sobre a Rio+20, sustentabilidade e natureza, tirou sua máscara “verde” e revelou o verdadeiro rosto que se esconde por trás daqueles que propõem a “Economia Verde”. Na sexta-feira passada (22), os pescadores artesanais e membros da Associação de Homens e Mulheres do Mar (AHOMAR), Almir Nogueira de Amorim e João Luiz Telles Penetra (Pituca) desapareceram, seus corpos foram encontrados nos dias seguintes com sinais claros de terem sido assassinados.

Rádio Mundo Real conversou com o presidente da AHOMAR, Alexandre Anderson de Souza, sobre o assassinato de seus companheiros e sobre a situação em geral que vêm enfrentando as comunidades de pescadores da Baía de Guanabara nos últimos anos, uma história de perda de bens comuns, de ameaças e perseguições mas também de luta e resistência.

Para Alexandre, estas mortes poderiam ter sido evitadas, já que a AHOMAR vinha denunciando nos últimos três meses a intensificação das ameaças as suas lideranças. Para ele e as comunidades, a falta de resposta das autoridades a essas advertências tem a ver com o “processo de desocupação criminoso que vem ocorrendo desde 2003 na Baía de Guanabara”.

O presidente da associação mostra em números como evoluiu esse processo de expulsão dos pescadores artesanais: “até o fim dos anos 90 78% do espelho d’água era para pesca artesanal, hoje nós não conseguimos ocupar 12%. Nós fomos expulsos para dar lugar a empreendimentos petroquímicos e petrolíferos e sem nenhuma compensação”.

Existem atualmente nesta Baía três grandes refinarias que despejam diariamente efluentes químicos que degradam o ecossistema local, mas além das consequências do funcionamento normal da indústria petroquímica existem desastres ecológicos, como vazamentos de óleo, que têm consequências graves tanto para o meio ambiente quanto para o sustento das comunidades. Segundo Alexandre, a luta da AHOMAR por manter esse ecossistema, visa preservar o sustento de mais de vinte mil famílias.