domingo, 17 de junho de 2012

Fiocruz na Rio + 20 = TKCSA e Favelas

Dia 18 – segunda-feira – Aterro do Flamengo

Tenda 1:

9h – 12h - Os Grandes Empreendimentos e Seus Impactos Socioambientais e à Saúde: Os Casos TKCSA, Comperj e Porto do Açu

12h – 13h - Cerimônia: Entrega da Medalha Pedro Ernesto – caso TKCSA

Proponentes: Cooperação Social da Fiocruz, Cooperação Social da ENSP, EPSJV, APACSA, AHOMAR, ASPRIM

Tenda 2:

9h - 12h30 - Saúde, Padrões de Produção e Consumo e Desenvolvimento Sustentável: Há Terra para todos?

Proponentes: CEBES e TRAMAS

Dia 19 – terça-feira – Aterro do Flamengo

Tenda 1:

9h -12h30 - Desenvolvimento Sustentável, Ambiente e Saúde: Debate sobre o documento da Fiocruz para a Rio+20

Proponente: Gt Fiocruz para a Rio+20

Tenda 2:

9h – 12h30 - Saneamento em Terras Indígenas, Saúde e Nutrição

Proponente: Conselho Nacional de Saúde /Comissão Intersetorial de Saúde Indígena - CISI

Dia 21 – quinta-feira – Aterro do Flamengo

Tenda 1: "Saúde, Ambiente e Sustentabilidade"

9h -12h - A Luta da Favela pela Saúde Ambiental: Pela Participação Popular nos Comitês de Sub-bacia da Baía de Guanabara

12h -13h - Lançamento do livro do ecologista Elmo Amador (1943-2010) ‘Baía de Guanabara: Ocupação histórica e avaliação ambiental’ – Homenagem e tributo à luta pela Baía de Guanabara

Proponentes: Grupo de Articulação do Comitê da Sub-bacia do Canal do Cunha, Cooperação Social da Fiocruz, EPSJV/Fiocruz, Cooperação Social da ENSP

Tenda 2:

9h – 12h30 - Mapas, Resistências e Movimentos por Justiça Ambiental, Economia Solidária e Agroecologia

Proponentes: Fiocruz, RBJA, ABRASCO, ANA, FBES, EJOLT, Nova Cartografia Social, A SUD

Atividades que acontecerão ao longo da Cúpula dos Povos:
- Práticas Alternativas de Cuidado e Promoção da Saúde – Tenda de Cuidado
- Oficina de Bordados: A Bordar o Ser na Perspectiva da Promoção

Movimento Sociais na Rio+20 = Acari é silenciada

Na tarde de sábado, 16/6, na “Cúpula das Favelas”, na tenda 18 do Aterro do Flamengo, moradores de Acari iriam fazer uma roda de conversa com direito a apresentações de dança de suas crianças e adolescentes. O projeto, que vinha sendo desenvolvido pelos animadores culturais da região de envolver a comunidade e os jovens em debates e espaços de participação social, foi cancelado por conta de operação policial na noite anterior.

Na noite de sexta-feira, por volta das 23h, um caveirão do 41º BPM de Irajá entrou no Complexo de Acari atirando. Balearam um morador na perna - com risco de ficar com sequelas. Na ocasião, na praça uma familia comemorava um aniversário e centenas de moradores nas ruas, nas barracas e nos bares, inclusive crianças brincando em Pula-Pula. Além do ensaio geral das 22 crianças e adolescentes do Centro Social Aprendendo A Viver de Acari que iriam dançar a Dança do Passinho Pela Paz Ambiental nas Favelas, na Cúpula das Favelas.

O clima de tensão, o medo, a insegurança, a tensão e o risco de sair da favela com muitas crianças, além do medo dos pais, responsáveis e lideranças comlunitárias em sair com os jovens frustrou a ida e apresentação na Rio + 20.

Esta situação é um exemplo de controle social, emudecimento do tecido social, guetização das favelas, dos menos favorecidos, mordaça. Mas, a luta continua. Este filme, infelizmente, é velho, mas existem outros filmes com outros finais.

Racismo contra estudantes africanos em várias partes do país

Estudantes de diversos países africanos em cinco capitais brasileiras fazem mobilizações  denunciando os casos de discriminação racial e de racismo dos quais tem sido vítimas nos últimos anos no Brasil, e que resultaram em ações preconceituosas, difamações, violências físicas e até mesmo assassinatos. Há relatos com registros policiais no Maranhã, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Brasília.

É importante registrar que o Brasil assina tratados internacionais de intercâmbio estudantil exterior, como forma de preparar mão de obra qualificada no longo prazo. Para citar um exemplo desta política pública, temos o programa Ciência sem Fronteiras, que prevê a entrega de milhares de bolsas de estudo para que brasileiros se capacitem no exterior. Este programa foi qualificado pela revista britânica "Economist" como a 'mais ousada tentativa do Brasil de estimular seu crescimento econômico'.

Lançado em 2011, em parceria dos ministérios da Ciência e da Educação, o projeto tem como meta formar alunos de graduação e pós-graduação em países como Alemanha, EUA e Reino Unido, para torná-los, nas palavras do governo federal, "competitivos em relação à tecnologia e inovação".

Então imaginem, que ao enviarmos nossos estudantes brasileiros para estudar em  uma universidade europeia e ele vier a retornar à sua terra natal num caixão lacrado como ocorreu com Zulmira de Souza Borges, de 26 anos, estudante de engenharia natural de Luanda. A jovem estava com seus amigos em um bar na região central de São Paulo, quando um grupo de brasileiros discutiu com os angolanos. Os brasileiros teriam saído do local em um Golf Prata e retornaram com uma arma e atiraram contra o grupo de angolanos. Zulmira levou um tiro na testa, sua amiga grávida de 8 meses foi baleada na barriga e mais dois colegas foram atingidos de raspão. O caso está sendo investigado a passos de tartaruga.

Será que situações como estes não deveriam fomentar maior empenho das autoridades dos países envolvidos, tanto para solucionar os problemas como para criar e possibilitar amplas discussões sobre tais situações que, certamente, irão manchar a imagem de suas nações???


Documento da Rio+20 exclui controvérsias


Diplomatas debatem o documento oficial da Rio+20 no Riocentro
Foto: Paulo Liebert/AE

Matéria publicada, hoje (17/6), pela Agência Brasil, diz que o a última versão preliminar do documento final da Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável) é amplo e generalista, mas ressalta aspectos sociais, como as parcerias para a erradicação da pobreza, a melhoria na qualidade de vida nos assentamentos, transportes e educação, além do combate à discriminação por gênero. [mas não a racial?!]

O rascunho foi negociado até a noite de ontem, sendo que só as delegações dos 193 países, organizações não governamentais e alguns movimentos da sociedade civil tiveram acesso ao texto. Inicialmente eram 200 páginas, depois 80 e agora 50 páginas. São seis capítulos, 287 itens, sendo que 30 das propostas iniciais foram retiradas.

Os capítulos mais relevantes são os que tratam de financiamentos e meios de implementação (relacionados às metas e compromissos que devem ser cumpridos).

No texto, não há menção sobre a criação do fundo anual de US$ 30 bilhões, a partir de 2013, e que alcançaria US$ 100 bilhões em 2018. A proposta defendida pelo Brasil e por países de economias em desenvolvimento foi rejeitada pelas nações mais ricas. Em substituição a esta proposta, há o compromisso de ser criado um fórum para apreciar o assunto a partir de nomeações da Assembleia Geral das Nações Unidas[o fórum será deliberativo?!]

O texto destaca também a necessidade de os países fortalecerem as parcerias para a transferência de tecnologia limpa. Mas não há detalhamento, pois a questão divide os países desenvolvidos e os em desenvolvimento. Nas situações de impasse, o rascunho apela para os mais ricos contribuírem para o desenvolvimento sustentável, ação que vale também para as questões relativas à capacitação e ao comércio.

Pragati Pascale, porta-voz da Rio+20: Cortar parágrafos
não significa enfraquecer o texto. O Brasil assumiu
a presidência das negociações, apresentando um novo
 texto com aproximadamente 50 páginas.
Foto: www.onu.org.br
Questões sociais

No capítulo Visão Comum, ressaltou-se as questões sociais em praticamente todos os capítulos. “Reconhecemos que a erradicação da pobreza em conjunto com a mudança insustentável e promoção de padrões sustentáveis de consumo e produção e a proteção e gestão da base de recursos naturais do desenvolvimento econômico e social são os objetivos fundamentais e requisitos essenciais para o desenvolvimento sustentável”.

Compromissos anteriores: “Reafirmamos ainda nossos respectivos compromissos de outros relevantes objetivos acordados internacionalmente nos domínios econômico, social e ambiental desde 1992.”

A África recebeu atenção diferenciada por parte dos negociadores da Rio+20. Em vários capítulos, o continente é mencionado como aquele que deve ser alvo de parcerias, ações conjuntas e propostas comuns. “Mais atenção deve ser dada à África”.

Economia verde: conceito polêmico

Para os países desenvolvidos, é um; para os em desenvolvimento, outro. Para os ricos, refere-se às questões relativas à produção, ao consumo e à comercialização de mercadorias. Para evitar controvérsias, foram colocadas recomendações gerais.

“A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza
existem diferentes abordagens, visões, modelos e ferramentas disponíveis para cada país, de acordo com suas circunstâncias e prioridades nacionais para alcançar o desenvolvimento sustentável nas suas três dimensões que é o nosso objetivo primordial”.

No entanto, há 15 sugestões sobre economia verde relacionada à soberania nacional e ao desenvolvimento sustentável. Há referências sobre aumentar o “bem-estar dos povos indígenas em suas comunidades”, assim como para mulheres, crianças, jovens e pessoas com deficiência. Também há recomendações sobre a produção de alimentos voltada para a erradicação da pobreza.

Temas específicos

No capítulo sobre temas específicos, são mencionados erradicação da pobreza; segurança alimentar e nutricional e agricultura sustentável; energia; turismo sustentável; transporte sustentável; cidades sustentáveis e assentamentos humanos; saúde e população; promoção de emprego pleno e produtivo e do trabalho digno para todos com garantias de proteções sociais e oceanos, além de estados insulares.

Há, também, um capítulo destinado à redução de riscos de desastres, que se refere às medidas a serem adotadas para alertar sobre as perdas de vidas e os danos econômicos e sociais causados por essas situações.

No capítulo sobre mudança climática,há a preocupação, mas não há recomendações pontuais sobre limites, por exemplo, permitidos de emissão de gases de efeito estufa. “Reafirmamos que a mudança climática é um dos maiores desafios do nosso tempo, e nós expressamos profunda preocupação que as emissões de gases com efeito de estufa continuam a crescer globalmente”, diz o texto.

Na parte final do rascunho estão os capítulos sobre biodiversidade, mineração, educação, consumo e produção sustentáveis, além de desertificação, degradação do solo, seca, montanhas e produtos químicos e resíduos. No que se refere aos produtos químicos, a recomendação é cooperar com os países que não têm condições de gestão do assunto, citando os menos desenvolvidos. [?! Os grandes capitais vão efetivamente fazer algo para restaurar o que destruíram respeitando  a voz/voto dos atinguidos?!]

Manguinhos em Cena

Formar um grupo de teatro com moradores de Manguinhos e arredores é o objetivo do Laboratório de Dramaturgia e Textos Teatrais, que desenvolveu as oficinas de formação teatral dentro da Biblioteca Parque.

A CIA DO GESTO é a coordenadora das oficinas que compõem o projeto Manguinhos em Cena: Corpo e Máscara, Palhaço, Improviso e jogo, Voz e Musicalização, Confecção de Máscaras, Criação, Produção Cultural, Olhar sobre a Cena, e uma oficina convidada sobre o Jogo de teatro em grupo. Serão disponibilizadas seis vagas para estágios em áreas técnicas (cenário, figurino e iluminação).

No final de 2012, o grupo estreará um espetáculo no teatro da Biblioteca Parque e terá noções em todas as áreas necessárias para seguirem como um grupo de teatro independente de Manguinhos.

As aulas acontecem todas as terças e quintas, das 14h às 19h, no Cineteatro.

Movimentos Sociais na Rio+20: Pessoas com deficiência

O acesso das pessoas com deficiências na Rio + 20 traz expectativas positivas e realizações nem tão efetivas. Por exemplo, matéria publicada no site G1, segundo o diretor da área de conferência das Nações Unidas, Magnos Olafson, a Organização das Nações Unidas, este evento entrará para a história como o primeiro grande evento da ONU com ampla acessibilidade a portadores de deficiência física. Ele elogiou a estrutura de acesso e trânsito nos locais onde ocorrem eventos relacionados à Rio+20. “Nunca esperei que fariam tanto pela acessibilidade física como fizeram na Rio+20. Não apenas a questão da estrutura, mas também o transporte”, disse.

Entretanto... há críticas quanto a acessibilidade para surdos e deficientes visuais. Há falta do uso “sistemático” de linguagem para surdos nas palestras (linguagem de libras), e o fato de o site do evento, construído pela ONU, não ter mecanismos de acesso a deficientes visuais. “Os websites dos eventos precisam ser totalmente acessíveis, inclusive por pessoas com deficiências visuais. Também a linguagem para surdos não está sendo usada de forma sistemática”, afirmou.

Para o representante da ONU, Magnos Olafson, é de fundamental importância que seja feita avaliação riteriosa na questão da acessibilidade por servirem de teste e exemplo para a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, grandes eventos esportivos a serem sediados no Brasil.

A secretária municipal do Rio de Janeiro para a pessoa com deficiência, Georgette Vidor, afirmou ser fundamental investir em capacitação para garantir a implantação de sistemas eficientes de acessibilidade a tempo da Copa. “O problema dos projetos é quem executa. Ou capacitamos essas pessoas com uma urgência ou não vamos conseguir transformar a cidade do Rio de Janeiro”, disse.

No sábado, 16 de junho, a equipe do blog Participação Cidadã esteve no Aterro do Flamengo, no tocante a questão da acessibilidade das pessoas com deficiência, observou alguns problemas bastante preocupantes:

- as pistas de trãnsito de acesso ao Aterro não foram fechadas, com trânsito intenso, o que causava apreensão para quem levava crianças ou cadeirantes;
- os cadeirantes não tinham acesso às tendas no parque;
- não foi observada nenhuma palelstra com tradutor de libras;
- os painéis com informações de localização das tendas não foram adaptados para as pessoas com deficiências visuais;
- não era incomum pessoas idosas cairem nas poças de lama em trechos do Aterro.

Como para garantir a vitória de um campeonato deve haver muito investimento, empenho e compromisso com os treinos, é de se supor que os gestores do nosso dinheiro público se comprometam efetivamente e com responsabilidade para com o que vão fazer para os próximos grandes eventos, sempre dialogando com a sociedade organizada, para evitar os "esquecimentos" e os "jeitinhos".