domingo, 17 de junho de 2012

Racismo contra estudantes africanos em várias partes do país

Estudantes de diversos países africanos em cinco capitais brasileiras fazem mobilizações  denunciando os casos de discriminação racial e de racismo dos quais tem sido vítimas nos últimos anos no Brasil, e que resultaram em ações preconceituosas, difamações, violências físicas e até mesmo assassinatos. Há relatos com registros policiais no Maranhã, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Brasília.

É importante registrar que o Brasil assina tratados internacionais de intercâmbio estudantil exterior, como forma de preparar mão de obra qualificada no longo prazo. Para citar um exemplo desta política pública, temos o programa Ciência sem Fronteiras, que prevê a entrega de milhares de bolsas de estudo para que brasileiros se capacitem no exterior. Este programa foi qualificado pela revista britânica "Economist" como a 'mais ousada tentativa do Brasil de estimular seu crescimento econômico'.

Lançado em 2011, em parceria dos ministérios da Ciência e da Educação, o projeto tem como meta formar alunos de graduação e pós-graduação em países como Alemanha, EUA e Reino Unido, para torná-los, nas palavras do governo federal, "competitivos em relação à tecnologia e inovação".

Então imaginem, que ao enviarmos nossos estudantes brasileiros para estudar em  uma universidade europeia e ele vier a retornar à sua terra natal num caixão lacrado como ocorreu com Zulmira de Souza Borges, de 26 anos, estudante de engenharia natural de Luanda. A jovem estava com seus amigos em um bar na região central de São Paulo, quando um grupo de brasileiros discutiu com os angolanos. Os brasileiros teriam saído do local em um Golf Prata e retornaram com uma arma e atiraram contra o grupo de angolanos. Zulmira levou um tiro na testa, sua amiga grávida de 8 meses foi baleada na barriga e mais dois colegas foram atingidos de raspão. O caso está sendo investigado a passos de tartaruga.

Será que situações como estes não deveriam fomentar maior empenho das autoridades dos países envolvidos, tanto para solucionar os problemas como para criar e possibilitar amplas discussões sobre tais situações que, certamente, irão manchar a imagem de suas nações???


Manifestação: Tanto em São Paulo, como no Rio de Janeiro e na Paraíba, estudantes de várias países do continente africano estão se mobilizando para expor a situação de perigo a que estão expostos. Na manhã de 14 de junho, um grupo de universitários africanos manifestação pública no Parque Sólon de Lucena (Lagoa), Centro de João Pessoa.

Documento com relatos das agressões: Eles enviaram ao embaixador de Cabo Verde no Brasil, Daniel Pereira, um documento, onde relatam as agressões que vem sofrendo no Brasil, e pedem ao diplomata que tomem providências urgentes em prol dos Direitos Humanos, salvaguardando a vida deles, como também se mantenham solidários e atentos a esta problemática. Os estudantes pedem também que o clima de paz, harmonia, civilidade e respeito mútuo entre o povo africano e o brasileiro volte a acontecer.

No documento, eles ainda citam outros casos de racismo que aconteceram contra estudantes africanos no Brasil, entre eles, no Maranhão, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Brasília, onde aconteceram ameaças e ateamento de fogo em residências, e a mais recente violência, o assassinato de uma estudante angolana, em São Paulo. Ela levou um tiro na testa e morreu na hora. Além desta estudante de Angola, outros 4 estudantes africanos também foram atingidos, uma delas estava grávida e levou um tiro na barriga.

A Marcha em favor da Justiça e contra o racismo e à discriminação aos estudantes africanos no Brasil contou com o apoio de várias organizações não-governamentais e movimentos sociais.

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