segunda-feira, 27 de maio de 2013

VI Encontro Nacional da Rede Mocambos na Casa de Cultura Tainã.

A articuladora regional do Plano Juventude Viva/BA, Sayonara Malta, enviou uma dica super interessante de como a sociedade civil está lidando com a comunicação, com a construção e divulgação dos saberes e mobilizações sociais por este grande Brasil. 

Trata-se da Rede Mocambos, que faz um importante trabalho na desconstrução do racismo e de valorização dos saberes das comunidades tradicionais. "Estamos compartilhando este importante evento construído, cuja área de tecnologia da Rede é pautada em software livre, como estratégia e como política", disse a articuladora da Rede Nacional Juventude Viva da Bahia, Sayonara Malta. Mais informações sobre o evento podem ser acessadas no blog http://casadoboneco.blogspot.com.br/2013/05/vi-encontro-nacional-da-rede-mocambos.html

O VI Encontro Nacional da Rede Mocambos na Casa de Cultura Tainã foi realizado entre os dias 27 de maio e 03 de junho de 2013, em Campinas, SP. Ao evento foram representações de oito estados - São Paulo, Bahia, Pará, Amapá, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Maranhão. Foram griôs da cultura negra, quilombolas, colaboradores diversos e integrantes dos Núcleos de Formação Continuada da Rede, como a Casa do Boneco, que integra a rede desde 2008. 

O evento deu início aos encontros do Projeto Núcleos de Formação e Comunicação Quilombola, espaço de desenvolvimento de um conjunto de oficinas e debates para efetivação de ações através de uma rede de produção, que irá organizar e difundir conteúdos históricos, artísticos, culturais, técnicos e linguísticos, produzidos por comunidades tradicionais por meio da comunicação comunitária.

A Rede Mocambos, ao acumular uma trajetória de quase uma década de articulação negra e quilombola, traz em suas experiências para o contexto atual de seus encontros, no campo da cultura negra e de pesquisa e desenvolvimento em cultura digital, a possibilidade de estruturação de acervos digitais a partir de servidores de baixo custo. Esses servidores deverão permitir a criação, organização e difusão de conteúdos de saberes ancestrais em comunidades com ou sem acesso à Internet, através de textos, das artes e do áudio visual.

Essa é uma estratégia para intervir no cenário preocupante de desmantelamento dos saberes afro comunitários, como reflexo de um contexto que associa uma história de invisibilização e opressão pautada no "supremacismo branco" com as eficazes articulações entre capitalismo, racismo e dominação dos meios de comunicação pelas elites.

Conhecendo Manguinhos

Hoje, segunda-feira, 27, estudantes de arquitetura participam de uma caminhada para conhecer Manguinhos. Esta iniciativa saudável é uma afirmativa de valorização do território promovida pelo Teias-Escola Manguinhos.

O passeio turístico/temático é fruto da parceria entre o Teias e o Coletivo de Integração dos Artistas da Grande Benfica (CIAB). Os 40 estudantes de arquitetura da Universidade Federal de Santa Catarina, conhecerão os equipamentos dentro do território. O ponto de encontro será em frente à Clínica da Família Victor Valla (CFVV) às 9 horas.

A ideia é percorrer os equipamentos sociais, as obras do PAC - as habitações (construção e demolição), vias públicas, o transporte e a Capela São Daniel, construída no final da década de 50, século XX, e inaugurada em 1960 com a presença de Juscelino Kubitschek. A Capela possui 14 quadros da Via Sacra pintados por Guignard. A igreja é um dos primeiros projetos de Oscar Niemeyer em uma favela, embora o arquiteto não tenha incluído essa construção em seu livro Igrejas de Oscar Niemeyer", lançado em agosto de 2011 pela Editora Nosso Caminho.
Esta caminhada integra o projeto do Teias Conhecendo Manguinhos, cujo objetivo é a promoção e a valorização do lugar e fortalecer o orgulho de morar em Manguinhos, implicando as práticas da comunidade – sua culinária, suas danças, suas crenças e atividades esportivas, contribuindo com um novo olhar de e para este território para que impulsione um viver com melhor qualidade.
Vivenciar o território é uma afirmação da identidade cultural. É criar um elo, um vínculo, despertar a noção de pertencimento. Convidamos a todos para essa iniciativa saudável e afirmativa. Outras caminhadas estão previstas; fiquem atentos a divulgação no Portal Teias.

Fonte: http://andromeda.ensp.fiocruz.br/teias/node/324