quinta-feira, 29 de março de 2012

Debates: Participação Social e Tecnologia Social em Saúde

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Abertura do ano letivo do Icict traz debate sobre miséria e inclusão

Com o seminário "Brasil sem miséria: inclusão social pelas tecnologias de informação e comunicação" o Programa de Pós-graduação em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS), do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict), da Fiocruz, abre o ano letivo no dia 30 de março, às 13h30. O evento será iniciado com a exibição de dois vídeos produzidos por moradores de Manguinhos para o curso de Saúde Comunitária do Laboratório Internet, Saúde e Sociedade (Laiss).

Participam do evento o secretário Tiago Falcão, da Secretaria Extraordinária para Superação da Extrema Pobreza - Sesep/Ministério do Desenvolvimento Social e Combate  à Fome, Henrique Antoun, pesquisador e professor do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Cultura da Escola de Comunicação da UFRJ, Simone da Silva Quintella, representante dos alunos do Projeto Laiss e André Pereira Neto, coordenador do Laboratório Internet e Sociedade (LAISS) CSEGSF/ENSP e professor do PPGICS/Icict.

Serviço:
Abertura do Ano Letivo 2012 do Icict: Seminário “Brasil sem miséria: inclusão social pelas tecnologias de informação e comunicação”.
Data: 30 de março, sexta-feira, às 13h30
Local: Salão de Leitura Henrique Leonel Lenzi da Biblioteca de Ciências Biomédicas, Campus da Fiocruz - Manguinhos - Av. Brasil 4.365

Combate a Tuberculose: da Fiocruz às comunidades de Manguinhos

Está redondamente enganado quem pensa que Tuberculose é uma doença restrita aos segmentos mais pobres da sociedade. Ela, certamente, está mais presente (tem maior incidência) em locais aglomerados, como favelas, com grande quantidade de imóveis sem ventilação e muitas pessoas vivendo em espaços muito pequenos. Entretanto, como diz Lidismar Pereira da Silva, enfermeira e coordenadora da II Mostra ENSP na Semana de Mobilização Nacional de Combate à Tuberculose, as pessoas não estão confinadas: sua mobilidade dissemina a doença, democraticamente, para outras classes sociais.

A gravidade da disseminação da TB, em especial, no território de Manguinhos, vem sendo discutido desde 2011 pelo Conselho Gestor do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CG CSEGSF). Das reflexões, a decisão tomada foi a promoção de uma campanha educativa voltada para a população local, com profissionais de saúde percorrendo as comunidades, levando informações, tirando dúvidas, orientando sobre onde e a quem procurar para ser atendido. O pontapé da campanha foi dado no dia 27 de março, na comunidade de Mandela 1 ou Nelson Mandela, e contou com o apoio da conselheira de saúde, Simone dos Anjos, que reuniu moradores no Espaço Forró. 


 Simone dos Anjos, conselheira de
saúde, Adenildo e seu filho Yage,
participam do da II Mostra
Esta iniciativa reforçará as atividades realizadas na II Mostra Ensp (dias 21, 22 e 23 de março)na Semana de Combate à Tuberculose. O evento foi iniciado com o painel Panorama atual da tuberculose no Brasil e no mundo, que contou com a representante do Programa Nacional de Controle á Tuberculose (PNCT), Caroline Silveira; da coordenadora do Programa na instância estadual de saúde do Rio de Janeiro (PCTSERJ), Ana Alice Pereira; da coordenadora do Programa de Tuberculose da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro, Raquel Piller, e do ativista do Fórum das Organizações Não governamentais de Tuberculose do Rio de Janeiro, Carlos Basília. O chefe do Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF/ENSP/Fiocruz), Miguel HijjarAjube, e a vice-diretora de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico da ENSP/Fiocruz, Margareth Portela, ao inaugurarem a II Mostra enfatizaram a necessidade da difusão de informações sobre a doença para o avanço crescente de seu tratamento.


Formação em Gestão de Projetos Sociocomunitários

Foto: Daniel Cruz - ASCOM/DIRAD
Promover a saúde e o desenvolvimento local a partir dos próprios atores sociais da região, melhorar na auto-estima, incentivar o censo de colaboração e a participação no controle social de políticas públicas. Estes são alguns dos elementos que fundamentam o curso Formação em Gestão de Projetos e Organizações Sociocomunitários, organizado em parceria pela Diretoria de Administração da Fiocruz (Dirad), a Assessoria de Cooperação Social da Escola Nacional de Saúde Pública (ACS/ENSP) e da Presidência da Fiocruz (CS/Fiocruz). À aula inaugural, dia 15 de março na ENSP, Patrícia Nassif, do Serviço de Recursos Humanos da Dirad (SRH/Dirad) e coordenadora do PDGS, contou com a presença de José Leonídio, coordenador da CS/Fiocruz, e de Mayalu Matos, coordenadora da Assessoria de Cooperação Social/ENSP.


Foto: Sandra Martis - ACS/Ensp
Para José Leonídio, mais do que promover o ensino da técnica e do conhecimento, a proposta do curso – oferecido pelo Programa de Desenvolvimento em Gestão Social (PDGS) – é trabalhar a prática, oportunizando a transformação do meio ambiente com a participação da comunidade. Por meio deste curso, “a Fiocruz contribui no fornecimento de ferramentas para que cada um dos participantes possa ser o protagonista de mudanças na realidade vivida em sua comunidade”.


Jean Vilhena, Itaipuaçu/Maricá, e Elenice
Barbosa, apresentam suas expectativas
durante dinâmica de grupo.
Foto: Daniel Cruz - Ascom/Dirad
Um dos pontos-chaves deste trabalho é a troca de experiências entre participantes e docentes, que no entendimento de Mayalu Matos, potencializarão o aprendizado dessas lideranças para o desenvolvimento de projetos comunitários que atendam suas necessidades.
É nesta perspectiva que Elenice Barbosa se candidatou a uma das vagas. Moradora de Manguinhos há mais de quatro décadas, a aposentada e integrante do Conselho Gestor Intersetorial do Teias – Escola Manguinhos, entende que para mudar a realidade local, é necessário que haja comprometimento do próprio morador. “As coisas podem mudar; mas, também, depende da gente.” Sua pretensão é criar projetos dentro da comunidade. Segundo ela, em geral, os cursos ofertados acontecem na parte externa, obrigando o interessado a se deslocar. Como nem sempre poderá fazê-lo, a tendência é o abandono do projeto ou curso, que concorrerá numa não qualificação ou possibilidade de um novo aprendizado que poderia ser-lhe útil para futura geração de renda.