sábado, 7 de setembro de 2013

"É impossível o Brasil ser democrático sem superar o racismo" Zulu Araújo

Entrevista do ex-presidente da Fundação Cultural Palmares ilustra bem o quanto é difícil a luta contra o racismo no Brasil.

Ele despertou para a importância da luta contra o racismo ao ouvir uma frase do pai, semianalfabeto: “Preto só é gente se estudar”. Mesmo tendo sido sempre o melhor aluno por onde passou, o baiano Zulu Araújo não conseguiu escapar da discriminação racial. Logo percebeu que para que a situação do negro pudesse mudar, o País teria também que se transformar. Formado em Arquitetura, decidiu fazer do combate ao racismo o seu principal objetivo de vida. Hoje é presidente da Fundação Palmares, entidade governamental que trabalha para incluir o negro de fato na sociedade brasileira. Zulu comemora os avanços das políticas afirmativas, principalmente das polêmicas cotas raciais, que, em sete anos, colocaram mais negros em universidades públicas do que em toda a história do Brasil. Mas sabe que o trabalho é árduo, pois, como diz, “nenhuma elite do mundo, branca ou preta, quer perder privilégios”. Diante da urgência em corrigir distorções históricas, conclui: “A sociedade precisa entender que a inclusão dos negros é boa para todos”.