sábado, 16 de março de 2013

Hilton Cobra assume a Fundação Cultural Palmares

"Assumo a direção da Fundação Cultural Palmares amparado pela minha experiência de artista e militante. A Palmares tem que ser célere no que se refere à solução definitiva das certificações das comunidades quilombolas; dar firme atenção às comunidades tradicionais de matriz africana e criar um plano de trabalho que possibilite a proximidade dos produtores e artistas negros nas esferas do poder econômico brasileiro". Hilton Cobra

Com esta fala, José Hilton Santos Almeida, "Cobrinha" como é conhecido, foi nomeado, em fevereiro último, à convite da ministra da Cultura, Marta Suplicy, para o cargo de presidente da Fundação Cultural Palmares. Representante do movimento negro, das comunidades de matriz africana e da classe artística, ele substitui Elói Ferreira de Araújo, que ocupava o cargo desde março de 2011.

O presidente pretende colocar a FCP no rumo de uma instituição de proposição e articulação, junto a outros órgãos do MinC (Fundação Nacional de Artes, Fundação Biblioteca Nacional, Fundação Casa de Rui Barbosa, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Instituto Brasileiro de Museus e Agência Nacional do Cinema) e empresas pública e privada, para implementar políticas públicas que ampliem o acesso de produtores, artistas, escritores, intelectuais, pesquisadores e as comunidades quilombolas e religiosas negras aos meios econômicos e financeiros do país.

De acordo com Cobra, nos últimos anos, a Fundação tem sido conhecida como uma produtora de grandes eventos. “Sou absolutamente contra a participação da Palmares na produção/execução de eventos dessa natureza. A Palmares deve ser uma instituição fomentadora de discussões acerca do fazer artístico, criando fóruns para o aprimoramento estético artístico, a profissionalização dos meios de produção, o enriquecimento intelectual e a produção do conhecimento”, explica. “Em lugar de produzir/executar grandes eventos como, por exemplo, shows musicais em praça pública, buscaremos dar condições para que os produtores produzam e realizem”, acrescenta.

Amparado a esse compromisso é também sua meta estruturar e modernizar as áreas finalísticas da instituição. O propósito é potencializar de fato o Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra (CNIRC), um setor que para ele é a alma da FCP, cujo principal objetivo é “apoiar a produção e disseminação de informações e conteúdos sobre a cultura afro-brasileira”, ou seja, incentivar e produzir conhecimento.

Clique abaixo e conheça alguns momentos da trajetória de Hilton Cobra, presidente da Fundação Cultural Palmares.

Traços de sua trajetória
Como é impossível falar do vasto currículo - de 25 anos de estrada - deste ator, diretor teatral e produtor cultural, nascido em 15 de maio de 1956, em Feira de Santana (BA), serão pinceladas alguns de seus importantes trabalhos: 
- geriu, entre 1993 e 2000, o Centro Cultural José Bonifácio, da Prefeitura do Rio de Janeiro e produziu "Nossas Yabás”, “Projeto Griot”, “Zumbi Rio – 300 Anos”, “Kilunge – Feira do Livro Afro-brasileiro” e “Fazendo Arte”.
- produziu “Olonadé – A cena negra brasileira”; 
- criou, em 2011, no Rio de Janeiro, a Cia dos Comuns, a partir da necessidade de se ampliar a presença de Companhias de Teatro Negro Contemporâneo, no cenário cultural brasileiro;
- coordenador do Fórum Nacional de Performance Negra, juntamente com Marcio Meirelles e Chica Carelli, ambos do Bando de Teatro Olodum;
- com a Comuns montou: “A Roda do Mundo”, de 2001, “Candances – A Reconstrução do Fogo”, de 2003 - apresentado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro -, “Bakulo” – os bem lembrados, de 2005, e “Silêncio”, de 2007. 
- em 2008, fez Lima Barreto, Policarpo Quaresma, na montagem homônima dirigida por Luiz Marfuz, na Sala do Coro do Teatro Castro Alves, em Salvador;
- foi premiado como melhor ator (curta) no Festival de Cinema de Brasília;
- membro do “AKOBEN”, coletivo de artistas e produtores negros interessados em uma política cultural verdadeira e efetivamente democrática.

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