domingo, 10 de março de 2013

Plano Juventude Viva: contra genocídio do jovem negro


O Fórum da Juventude do Rio de Janeiro mandou bem: levou representantes do governo federal e estadual para dialogarem com jovens ativistas de diversas áreas para discutir o Plano de Prevenção à Violência contra a Juventude Negra - JUVENTUDE VIVA!!!

Aníbal Amorim (esq) e Fransergio Goulart
Ao dar as boas vindas e congratular os presentes ao evento, Aníbal Amorim, representando a vice-presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, revelou o empenho no fortalecimento da discussão sobre a Saúde da População Negra dentro da instituição. De acordo com Amorim, será entregue ao presidente Paulo Gadelha Moção Saúde da População Negra, fruto do Seminário (de mesmo nome) realizado em dezembro de 2012, assim como será proposta a criação de GT para esta temáticac dentro da Câmara Técnica da Fiocruz.

“O Plano de Prevenção à Violência contra a Juventude Negra – Juventude Viva é a primeira resposta articulada do governo federal a uma demanda histórica de denúncias contra o genocídio desses jovens. Essa demanda veio da sociedade com muita força. Serve para levantar o debate na nossa sociedade racista a partir de valores de igualdade e de não discriminação”, afirmou a coordenadora da Secretaria Nacional de Juventude (SNJ), vinculada à Secretaria-Geral da Presidência da República, Fernanda Papa. 

A juventude de terreiro foi representada por Ana Bartira e Diego Conceição do GT Juventudes de Terreiro da Rede Nacional de Religiões Afros e Saúde; Diego Santos Francisco, GT Juventude Negra do Conselho Nacional da Juventude; Tiago Santana, Superintendência de Políticas Públicas para a Juventude do Estado do Rio de Janeiro; Rachel Barros, Fórum Juventude do Estado do Rio de Janeiro; Monique Cruz, Fórum Social de Manguinhos; e Guilherme Pimental, do Mandato do Deputado Estadual Marcelo Freixo. 

Leia a matéria publicada no Informe Ensp.


Plano de prevenção foca violência contra jovens negros

“O Plano de Prevenção à Violência contra a Juventude Negra – Juventude Viva é a primeira resposta articulada do governo federal a uma demanda histórica de denúncias contra o genocídio desses jovens. Essa demanda veio da sociedade com muita força. Serve para levantar o debate na nossa sociedade racista a partir de valores de igualdade e de não discriminação”, afirmou a coordenadora da Secretaria Nacional de Juventude (SNJ), vinculada à Secretaria-Geral da Presidência da República, Fernanda Papa. 

Fernanda Papa esteve, em 5 de março, no seminário organizado pelo Fórum de Juventudes do Rio de Janeiro, em parceria com a SNJ e apoio da ENSP, por meio de sua Assessoria de Cooperação Social, para apresentar o plano.

O homicídio é a principal causa de morte entre jovens brasileiros de 15 a 29 anos, especialmente negros do sexo masculino, moradores das periferias e áreas metropolitanas dos centros urbanos. Dados do Ministério da Saúde mostram que, em 2010, cerca de 50 mil homicídios ocorreram no Brasil, dos quais 70,6% das vítimas eram negras, 53,5% eram jovens (15 a 29 anos), 70,6% negros (pretos e pardos) e 91,3% do sexo masculino. Além disso, os jovens mais afetados têm escolaridade baixa e não chegam a completar o ensino fundamental.

Fernanda ainda informou que 70% dos homicídios contra jovens concentram-se em 132 municípios brasileiros, sendo Alagoas o estado em que mais negros morrem. O Rio de Janeiro ocupa o 13º lugar da lista. A situação é mais grave em 13 cidades fluminenses: Angra dos Reis, Belford Roxo, Cabo Frio, Campos, Caxias, Itaboraí, Macaé, Niterói, Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, São Gonçalo, São João de Meriti e Volta Redonda.

Segundo Fernanda, os eixos do plano contemplam a desconstrução da cultura de violência no sentido de sensibilizar a opinião pública; inclusão, oportunidades e garantia de direitos por meio dos programas de ações sociais; transformação de territórios com ampliação de espaços de convivência, ofertas de espaços públicos, esporte, cultura e lazer; aperfeiçoamento institucionais para enfrentar o racismo nos sistemas penitenciário, de justiça e possibilitar a redução de impunidade. 

Para o coordenador do Fórum de Juventudes do Rio de Janeiro, Fransérgio Goular, o plano precisa de mais adesão dos estados e municípios. “Apesar de a situação no Rio ter melhorado em locais em que foram implantadas as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), na zona oeste e Baixada Fluminense, o domínio das milícias ainda levam a números elevados de homicídios”, alertou. Para Fransérgio, o plano pode ajudar, mas as ações precisam estar integradas com políticas estruturantes de educação, saúde, cultura.

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