sexta-feira, 11 de maio de 2012

Participação social em Manguinhos é tema de Congresso Internacional

“Participação Cidadã: articulando estratégias para a gestão participativa do território de saúde”. Sob este título, Rosane Marques, psicóloga da Assessoria de Cooperação Social da ENSP/Fiocruz, levou a experiência sobre o trabalho desenvolvido em Manguinhos para a constituição de um Conselho Gestor Intersetorial do Teias-Escola Manguinhos, e início dos seus trabalhos, que envolve a discussão das políticas de saúde no território, no 10º Congresso Internacional da Rede Unida, cujo tema foi “Educação, saúde e participação: a ousadia de construir redes produtoras de vida no cotidiano”. O evento aconteceu entre os dias 6 e 9 de maio de 2012, onde cerca de 6 mil pessoas participaram de extensa programação envolvendo mostras de saúde e fóruns internacionais, 190 rodas de conversa sobre 3 mil experiências, encontros temáticos e quatro audiências públicas.

Rosane Marques, em uma roda de conversa, expôs a importância das tecnologias sociais em saúde para a participação, que em Manguinhos, requereu a articulação intersetorial dos atores sociais (quem são, como se relacionam, quais as suas histórias de luta), o uso de ferramentas de informação e comunicação (o blog e o informativo que, por exemplo, incluiu o mapa da saúde, com suas equipes e unidades de saúde), e os processos educativos (cursos, encontros, e ciclo de debates), cujo último encontro está previsto para o dia 15 de maio, terça-feira.

“A partir deste trabalho, se definiu como mecanismo para a institucionalização da participação social a constituição de um conselho gestor intersetorial, que além da saúde, conta com integrantes da educação e assistência social”, disse Rosane. Hoje este conselho, formado por 48 conselheiros, titulares e suplentes, está funcionando com reuniões mensais. E por fim, ressaltou que a “participação social não é uma dádiva, e nem uma concessão, e sim uma conquista de todos, resultado das lutas de todos aqueles que trabalham para o avanço do Sistema Único de Saúde – SUS”, disse.

Em outra roda de conversa, Flávia Silva, agente comunitária de saúde da Clínica da Família Victor Valla, apresentou sua experiência de trabalho com os moradores, na perspectiva da humanização.  Para ela, ser agente comunitário é muito mais do que uma profissão: “é um aprendizado de vida. Conhecemos pessoas que nos mostram todos os lados de uma existência plena, às vezes sofrida demais, miserável demais; mas, também, bonita demais, com sorrisos e brincadeiras de crianças. O que quero dizer com ‘processo de humanização’ é que ainda existem pessoas, famílias inteiras que vivem em condições de miséria, em que nenhum outro ser humano sobreviveria, e essas pessoas são fortes o suficiente pra agüentar todos esses traumas”, disse.

Ela afirmou que trabalha para que este projeto dê certo: “estou fazendo a minha parte dentro desse ‘formigueiro’ e, espero que daqui a algum tempo eu possa olhar pra trás e ver que todo esse esforço valeu a pena. E valerá sempre”, defendeu.

Outra apresentação bastante interessante foi a de Carla Lima. A educadora e doutoranda do Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz apresentou trabalho com mulheres de Manguinhos sobre processos educativos em saúde e gênero.

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