domingo, 3 de março de 2013

Sob protestos, inaugurado Museu de Arte do Rio

A inauguração do Museu de Arte do Rio (MAR), na sexta-feira, 1º/03, no Catete, Rio de Janeiro, foi bem atípica: os artistas contratados pelo museu foram impedidos de trabalhar, mesmo tendo recebido pelo serviço.

A ordem parecia ter vindo do gabinete do prefeito Eduardo Paes, conforme sinaliza a matéria da jornal Folha de São Paulo.

De acordo com o texto, o coletivo artístico Opavivará fora contratado pela curadoria do Museu para participar de uma de suas exposições inaugurais. Os artistas fariam uma performance com um desfile com integrantes da escola de samba mirim Pimpolhos da Grande Rio. "A atividade foi vetada pela polícia", disse um de seus integrantes.

O coletivo artístico sairia do barracão da escola, situado na zona portuária do Rio, às 17h de sexta, seguindo em direção ao MAR com um desfile que incluía um carro-alegórico representando uma cozinha e diversas crianças batucando em panelas. Chegando ao museu, cuja inauguração estava marcada para a noite, com a presença da presidente Dilma Rousseff, o Opavivará distribuiria comida. A performance seria filmada e passaria a fazer parte da exposição "O Abrigo e o Terreno - Arte de Sociedade no Brasil". 

Daniel Toledo, um dos integrantes do Opavivará, afirmou que dois carros da guarda municipal do Rio chegaram ao barracão às 16h, avisando que a performance havia sido cancelada, por não ter sido autorizada pela prefeitura, dona do museu. "Nós fomos procurados pela curadoria do museu para participar da exposição, apresentamos nosso projeto, eles sabiam o que estávamos fazendo, fomos pagos", disse Toledo. "Isso, para mim, é censura."

Clarissa Diniz, uma das curadoras da exposição, procurou o coletivo para avisar que a performance havia sido vetada pela segurança presidencial. "Isso parece desculpa de última hora. A prefeitura não tinha interesse que nossa ação fosse apresentada, porque era uma ação política, contra as remoções nessa área, a gentrificação da zona portuária", afiançou Daniel Toledo.

Por volta das 20h30, a curadora voltou a procurar o Opavivará, afirmando que a ação estava autorizada a partir de então. Como as crianças já haviam ido embora, o grupo decidiu suspender a performance. Segundo eles, toda a movimentação que os impediu de desfilar foi filmada e será oferecida ao MAR para integrar a exposição.

Fonte: Folha de São Paulo

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